(excerto de "A Presença Oculta") Na literatura de Jorge Luís Borges (1899-1986), o brasileiro Antonio Conselheiro (1828-1897) aparece como um “ sonhador de secretas redenções ”. Creio que o título cabe também ao advogado Plinio Corrêa de Oliveira, carmelita e descendente de cristãos-novos, que é mais conhecido como líder anti-comunista, fundador da TFP, mas pouco se diz do criador de uma sociedade secreta e mística destinada a cultivar uma escatologia messiânica. Aqui não me interessa a dimensão política desta sociedade, mas a sua porção religiosa, notadamente os seus elementos simbólicos que a legitimam e lhe dão identidade [1] . Plínio Corrêa de Oliveira nasceu em S. Paulo (1908-1995), filho do advogado João Paulo Corrêa de Oliveira e Lucília Ribeiro dos Santos. O pai era originário da açucarocracia pernambucana (sobrinho do Conselheiro João Alfredo, chefe do gabinete que aboliu a escravidão no Brasil) e a mãe da burguesia letrada paulistana. Tanto pelo l