Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens com o rótulo formação do Congregado

Sombras na oração

                       James Martin* Christopher Hitchens , escritor ateu, autor de  God Is Not Great  ( Deus não é grande ), não foi o único a se perguntar, após ler algumas seleções do livro, se a " santa dos desamparados " era uma atéia encoberta. Inclusive devotos católicos tiveram dificuldades para entender como  a Madre Teresa, considerada um modelo da fé, podia ter sentido uma sensação de  abandono da parte de Deus. Enquanto alguns católicos viram seu exemplo como de fidelidade digna de se destacar, outros se sentiram perturbados ao ler frases como: " Não tenho fé ". Uma mulher me perguntou: " Como posso rezar, quando ela não podia crer? " Estas reações mostram quão fácil é para os meios e o público se sentirem confundidos pelas complexidades da vida espiritual e, também, quão confusa pode se tornar a terminologia, inclusive para aqueles que têm o costume de rezar.

"Nem o papa aguentou!"

Luiz Felipe Pondé Eis a máxima da portuguesa Agustina Bessa-Luís: hoje, todo o mundo quer agradar, até o metafísico No dia da renúncia do papa, uma amiga minha querida, portadora de uma personalidade difícil (acha quase todo mundo bobo), mandou-me uma mensagem assim: "Nem o papa aguentou!".  Afinal, o que ele não teria aguentado? Peço licença à minha amiga nojenta para tomar sua exclamação e fazer um pouco de filosofia selvagem a partir dela.  Antes, esclareço que não sofro do comum preconceito de pessoas inteligentinhas contra a Igreja Católica. Qual é esse preconceito? Hoje em dia, num mundo em que todo o mundo diz que não tem preconceito, o único preconceito aceito pelos inteligentinhos é contra a igreja: opressora, machista, medieval...  Estudei anos num colégio jesuíta. Graças aos padres aprendi a coragem intelectual, o gosto pelas letras, o valor da liberdade religiosa, o esforço de pensar de modo claro e

Os leigos sob Papa Francisco

Mário Saturno* Papa Francisco continua surpreendendo, foi eleito a personalidade do ano pela revista Time , uma das mais importantes revistas da língua inglesa. Agora, o papa foi capa da revista Rolling Stone . Certamente, vai causar boa impressão ver o que pensa o Papa sobre os leigos, basta uma olhada no Evangelii Gaudium . Para o papa, todos somos convidados a aceitar o chamado do Senhor e devemos sair da própria comodidade e ter a coragem de alcançar todas as periferias que precisam da luz do Evangelho. Cada cristão e cada comunidade há de discernir qual é o caminho que o Senhor lhe pede (§20). Na Palavra de Deus encontramos muitos exemplos do chamado, Deus envia seus escolhidos para uma missão (cf. Gn 12, 1-3; Ex 3, 10, 17; Jr 1, 7). Aliás, enviar, em grego, é “ apostolai ”, donde "apóstolos". A imensa maioria do povo de Deus é constituída por leigos. Ao seu serviço, está uma minoria: os ministros ordenados. Cresceu a consciência da identidade e d

Vanguarda sempre – As CCMM especializadas

Juliana Fragetti Ribeiro Lima  (aspirante da CM) Vivemos numa sociedade onde a especialização é a chave de tudo. Hoje não basta o sujeito ser neurologista ou ginecologista. Ele busca, mesmo dentro dessas áreas, que já são especialidades da medicina, uma especialização a mais. No direito idem. Só cível e criminal ou tributário é algo inexistente. O cara é isso e mais um teco. E poderíamos aqui listar todas as profissões hoje. Todas quase tem isso. É bem verdade que essa sede de especializações veio recentemente. O generalista deixou de ser algo tão bem acolhido na sociedade. As pessoas queriam o especialista. E isso só vem num crescente desde então. Congregação Mariana Feminina na Polônia (início do século XX) Ao contrário do que acusam, a Igreja sempre foi vanguarda. Até nisso! Séculos atrás, quando ninguém sonhava com esse afã de especialista nisso e especialista naquilo, já existiam as Congregações Marianas especializadas. Para o leitor te

Retorno ao lar depois de 30 anos de guerra litúrgica.

 Dom Mark Daniel Kirby, OSB Prior de Silverstream Priory* Com serenidade e humildade Algumas pessoas têm me perguntado se a minha avaliação pessoal da “reforma da reforma” de alguma forma significa que eu decidi desprezar a grande maioria dos católicos que ainda continuam a celebrar usando os ritos e os textos presentes nos atuais livros litúrgicos reformados. Nada poderia estar mais longe da minha mente e do meu coração. Estou bem ciente de que em dioceses e paróquias espalhadas pelo mundo afora um imediato reavivamento das antigas formas litúrgicas não é uma idéia realística. Eu acho que é algo que inexoravelmente irá acontecer, mas muito lentamente, na medida em que as novas gerações começarem a descobrir, ali e aqui, locais prósperos em que as celebrações Católicas são feitas no rito tradicional. É como Ratzinger uma vez disse: “a beleza está em casa” e na medida em que os mistérios da fé forem transmitidos com integridade, com serenidade e com profunda

O homem que não se irritava

Numa cidade do interior havia um homem que não se irritava e não discutia com ninguém. Sempre encontrava saída cordial, não feria a ninguém, nem se aborrecia com as pessoas. Morava numa modesta pensão, onde era admirado e querido. Para testá-lo, um dia, seus companheiros combinaram levá-lo à irritação e à discussão numa determinada noite em que o convidariam a um jantar. Trataram todos os detalhes com a garçonete que seria a responsável por atender à mesa reservada para a ocasião. Assim que iniciou o jantar, como entrada foi servida uma saborosa sopa, da qual o homem gostava muito. A garçonete chegou próximo a ele, pela esquerda, e ele, prontamente, levou seu prato para aquele lado, a fim de facilitar a tarefa de servir. Mas ela serviu todos os demais, e quando chegou a vez dele, foi para outra mesa. Ele esperou calmamente e em silêncio, que ela voltasse. Quando ela se aproximou outra vez, agora pela direita, para recolher o prato, ele levou outra vez seu prat