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A Igreja Católica “não tem nenhuma agenda política”, diz o papa Francisco na Mongólia


O papa se reúne com a senhora Tsetsege numa ger. O papa se reúne com a senhora Tsetsege numa ger. | Vatican Media.

“Os governos e as instituições seculares nada têm a temer da ação evangelizadora da Igreja, porque esta não tem uma agenda política a concretizar, mas conhece só a força humilde da graça de Deus e duma Palavra de misericórdia e verdade, capaz de promover o bem de todos, disse o papa Francisco hoje (2) no segundo discurso de visita apostólica à Mongólia.  

O papa Francisco teve hoje (2) um encontro com os bispos, sacerdotes, missionários, consagrados, consagradas e agentes pastorais da Mongólia na Catedral de São Pedro e São Paulo, em Ulan Bator.

Neste templo, cuja estrutura evoca a típica casa dos nômades mongóis, o papa Francisco fez um discurso de esperança e exortou os religiosos do país a “gastar a vida pelo Evangelho” com simplicidade e sem medo “apesar dos números reduzidos”.

Depois das 16h, antes de entrar na catedral, o papa Francisco entrou numa ger construída nos arredores do templo acompanhado pelo cardeal Giorgio Marengo, onde conheceu a senhora Tsetsege, a mulher que resgatou uma imagem de Nossa Senhora de um depósito de lixo.

Dentro desta tradicional casa mongol, o papa conversou com a mulher que encontrou esta imagem 15 anos antes de haver católicos na região. Ela é conhecida como “Mãe do Céu” e diante dela o cardeal Giorgio Marengo fez a consagração da Mongólia a Nossa Senhora.

A caminho da catedral, o papa Francisco parou para cumprimentar alguns dos 2 mil fiéis que o esperavam, alguns deles muito emocionados. Uma vez dentro deste templo da capital mongol, ouviu atentamente a saudação de dom José Luis Mumbiela, presidente da Conferência Episcopal da Ásia Central e o testemunho de uma irmã missionária, de um padre e de um agente de pastoral.

A imagem da Imaculada Conceição resgatada do aterro sanitário presidiu o encontro. Um manto feito com pedaços de tecido enviados pelos 1,4 mil católicos mongóis rodeava a imagem desta Virgem.

"Gastar sua vida pelo Evangelho"

Dirigindo-se aos religiosos do país asiático, Francisco disse que “a alegria e a bondade do Senhor não são algo de passageiro, mas permanecem dentro: dão sabor à vida e fazem ver as coisas de maneira nova”.

“Gastar a vida pelo Evangelho: é uma bela definição da vocação missionária do cristão e, em particular, do modo como aqui a vivem os cristãos”, disse.

Em seguida, lembrou os primórdios do catolicismo no país e elogiou a figura de Giovanni de Montecorvino, primeiro bispo de Khān Bālīq, que “preparou a primeira tradução em língua mongol do livro dos Salmos e do Novo Testamento”.

“Esta grande história de paixão pelo Evangelho é retomada de forma extraordinária em 1992 com a chegada dos primeiros missionários da Congregação do Imaculado Coração de Maria, aos quais se juntaram representantes de outros Institutos, clero diocesano e voluntários leigos”, disse o papa.

“porquê gastar a vida pelo Evangelho?” perguntou o papa Francisco. Depois explicou que isto é possível quando “se experimentou na própria vida a ternura do amor de Deus”.

“Sim, é Ele a boa notícia destinada a todos os povos, o anúncio que a Igreja não pode cessar de levar, encarnando-o na vida e «sussurrando-o» ao coração dos indivíduos e das culturas”.

Para o papa, “esta experiência do amor de Deus em Cristo é pura luz que transfigura o rosto e, por sua vez, o torna luminoso”.

"A vida cristã - disse - nasce da contemplação deste rosto; é questão de amor, de encontro diário com o Senhor na Palavra e no Pão da vida, e no rosto do outro, nos necessitados em quem está presente Jesus".

Francisco exortou os presentes a “continuar por este caminho fecundo e vantajoso para o amado povo mongol”. Ele os convidou “a voltar sempre de novo àquele olhar primordial do qual tudo nasceu”.

“Permanecendo em contato com o rosto de Cristo, perscrutando-O nas Escrituras e contemplando-O em silêncio adorador diante do Sacrário, reconhecê-Loeis no rosto de quantos servis e sentir-vos-eis transportados por uma alegria íntima, que, mesmo no meio das dificuldades, deixa a paz no coração”, disse o papa.

Segundo o papa, “é disto que há necessidade! Não de pessoas agitadas e distraídas que fazem avançar projetos, com o risco às vezes de aparecerem amarguradas por uma vida certamente não fácil.”.

Francisco reiterou que a Igreja “que nasce deste mandato, é uma Igreja pobre, que se apoia apenas numa fé genuína, na força desarmada e desarmante do Ressuscitado, capaz de aliviar os sofrimentos da humanidade ferida”.

 

fonte: ACI-Digital

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