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Congregação Mariana: uma família escolhida para a missão

Congregação Mariana, uma família escolhida e capacitada por Deus para a missão



A Assembléia dos congregados marianos, em novembro de 2010, na cidade de Aparecida-SP aprovou o tema: “Congregação Mariana, uma família escolhida e capacitada por Deus para a missão”. Tema este, que as congregações marianas deverão em seus ambientes debater, e verificar, até o Dia Nacional do Congregado (este ano 15/05 – 4º Domingo da Páscoa) como anda sua caminhada na Igreja.
Queremos partilhar a alegria de pertencer a esta Associação, que neste ano de 2011, estará confirmando 448 anos de existência, desde quando o jesuíta Pe. Jean Leunis começou, entre os alunos do Colégio Romano (hoje: Pontifícia Universidade Gregoriana), em Roma, um sodalício (grupo) cujos membros se distinguiam por uma vida cristã e mariana fervorosa e pela prática de diversas formas de apostolado.
Como o tema deste ano, não é muito diverso daquele apresentado no ano de 2010 “Congregados Marianos, com Maria, consagrados à Missão”, estaremos, mantendo e adaptando o texto já apresentado anteriormente, pela CORERJ, que pode ser conferido no endereço:
Conforme fizemos, no ano anterior, estaremos dividindo o texto em quatro partes, conforme o tema deste ano:
  • O que é uma Congregação Mariana;
  • Por que somos uma família escolhida?
  • Por que somos capacitados por Deus?
  • Qual o nosso papel na Missão Continental?
Lembramos, que esta proposta, não esgota o assunto, será apenas um ponto de vista do autor, a luz de suas pesquisas e reflexões, para que outros aprofundem e dilatem o tema proposto. Alertamos, que será eficaz, que todas as congregações marianas do Brasil, façam a leitura e discutam na realidade de cada um: Qual a Congregação Mariana que queremos? – Uma congregação atuante, com discípulos/missionários, membros da Igreja no coração do mundo? Ou, uma congregação, acanhada, devocional, presa ao passado, sem juventude e sem vida?
Quero, neste texto, agradecer o carinho e paciência do meu orientador nos Exercícios Espirituais na Vida Cotidiana, Pe. Paulo Pedreira,sj, que pode caminhar comigo e me indicar os passos para experimentar o amor de Deus. Foram, dois anos de caminhada, uma mudança radical, onde aprendemos lutar mais, mas com outro enfoque, outro olhar. Ser Filho de Maria, já nos basta. Tudo é graça de Deus.

  • O que é uma Congregação Mariana:
Está claro em nossa Regra de Vida (RV), na definição de natureza associativa: “As Congregações Marianas do Brasil são associações religiosas públicas, de âmbito nacional, erigidas pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil” (RV,1), onde seus membros estão “livremente unidos para viverem e crescerem na vida cristã, de acordo com uma Regra de Vida, e realizar um trabalho apostólico, em plena obediência e sintonia com a Autoridade Eclesiástica, em espírito de união e docilidade ao Magistério da Igreja” (RV,5a). A Congregação “é Mariana, porque seus membros a ela se vinculam por um compromisso público: a Consagração a Nossa Senhora” (RV5b).
Os membros da congregação mariana espontaneamente se apresentam, são chamados e respondem com docilidade, e, nesta liberdade querem estar reunidos com outros de modo a confundirem-se ambos, mantendo um comportamento cristão e com isto desenvolverem cada vez mais sua vida cristã, buscando em tudo Amar e Servir.
Uma característica da Congregação Mariana, será a vinculação de seus membros através da Consagração a Nossa Senhora, onde o Papa Pio XII em uma alocução no ano de 1945 deixou claro o que é a nossa consagração.  Hoje, no início do terceiro milênio, podemos fazer eco às sábias palavras outrora proferidas: “A consagração é um dom completo de si mesmo para toda a vida e para a eternidade. Um dom não de pura fórmula ou de puro sentimento, mas efetivo, que se verifica na intensidade da vida cristã e Mariana, na vida apostólica, que faz do congregado mariano o ministro de Maria, e por assim dizer, suas mãos visíveis na terra“.
As Congregações Marianas propõem a seus membros (RV,11)
  • Busca permanente da santidade pessoal;
  • A santificação pessoal no próprio estado de vida;
  • A comunhão sólida e convicta com a Igreja Hierárquica;
  • A profissão e o testemunho público da fé católica;
  • O trabalho apostólico, plenamente inserido na pastoral das Igrejas locais;
  • A presença na sociedade humana, a serviço da dignidade integral da pessoa humana.
A partir do momento que nos aprofundamos no conhecimento da congregação mariana, criamos laços e descobrimos que somos uma família, onde muitos são diferentes. Por isto, precisamos discutir menos e olhar o que nos une: A “Consagração a Nossa Senhora”. Não importando, se sou jovem, adulto(a) ou na terceira idade. A Trindade Santa nos acolhe e Maria intercede por todos.

  • Por que somos uma família escolhida?
Conforme definiu o Concílio Vaticano II, a família é a “Igreja doméstica”. Mas, como falamos, aqui, da família mariana, entendemos que os laços que unem pessoas “do prata ao amazonas, do mar as cordilheiras”, na cidade de Aparecida-SP, por ocasião do Encontro Nacional a cada ano, mostra uma outra Igreja doméstica, no coração da Mãe Aparecida.
Em cada congregado mariano presente, encontramos os diversos aspectos, vários rostos, da congregação mariana inteira, formando a grande família mariana. Por isto dentro da congregação mariana deverá haver espaço para “Lectio Divina”, Leitura Orante da Palavra de Deus, pois desta forma, a família mariana conseguirá irradiar o Evangelho.
Dentro desta família mariana, todos devem ter consciência da missão, onde todos os seus membros evangelizam e são evangelizados. Os mais velhos, comunicam aos mais jovens o Evangelho, mas podem receber deles o mesmo Evangelho, profundamente vivido. E, nesta família, deverá ser perseguida a todo tempo a busca da unidade.
A família mariana, que este ano completa 448 anos de vida, precisa prestar uma atenção especial aos jovens. Pois, hoje em grande número, e presença marcante na sociedade, e cercado de vários problemas e formas de assédio, necessitam de pessoas mais velhas que lhe apresentem o ideal evangélico, a fim de que eles conheçam e vivam. E, desta forma os jovens sejam mais apóstolos da juventude, bem formados na fé e na juventude. Como diz o Documento de Aparecida: “A Igreja põe grandes esperanças na contribuição dos jovens com a Evangelização
Tem sido fundamental, na Federação do Rio de Janeiro o Resgate da Espiritualidade Inaciana, que apesar da falta de entendimento de alguns, tem proporcionado avanços, com Exercícios Espirituais, Exercícios na Vida Cotidiana, Jornada de Juventude Inaciana, Encontros de Oração Inaciana e Encontros de Leitura Orante.
A Família Mariana, que foi escolhida e acolhida no coração de Jesus e Maria, nas realidades temporais assume toda a sua importância, mas podem ser chamados a vir colaborar com seus pastores na comunidade eclesial, para o crescimento da mesma, e desta forma, não devemos ficar criticando os congregados chamados a esta missão. O que importa será o nosso serviço à Igreja, pois desta forma estamos no coração da Trindade. Pois a “Igreja é um povo, cada membro é diferente”. Precisamos desenvolver unidade na diversidade.

  • Por que somos capacitados por Deus?
Porque incondicionalmente somos amados por Deus, e nesta relação Trinitária, o Espírito Santo recai sobre nós, nos movendo, promovendo uma “sinergia”, conforme nos diz o Apóstolo dos Gentios em sua carta aos Romanos: “o Espírito vem em auxílio à nossa fraqueza; porque não sabemos o que devemos pedir, nem orar como convém, mas o Espírito mesmo intercede por nós com gemidos inefáveis” (Rm 8,26).
As palavras de Paulo, em nossa vida, nos reportam a passagem do Magnificat, onde o canto da Virgem Maria é fruto da ação do Espírito de Deus em sua vida, fazendo eco a ação do mesmo Espírito, em cada congregado mariano, que carinhosamente acolhe através da consagração a proposta de serem as mãos visíveis de Maria.
46E Maria disse: Minha alma glorifica ao Senhor, 47meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador, 48porque olhou para sua pobre serva. Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações, 49porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo. 50Sua misericórdia se estende, de geração em geração, sobre os que o temem. (Lc 1,46-50)
Desta forma, conscientes de nossa fraqueza e da necessidade de sermos purificados pela graça no sacramento da Reconciliação, para, desta forma, cada vez mais, nos identificarmos, com Cristo, Bom Pastor e missionário do Pai.
Estas manifestações do Espírito (gemidos inefáveis) são a forma como Deus inicia o diálogo que estamos desesperados por ter. Por isto, não devemos temer, pois o Espírito nos capacita.

  • Qual o nosso papel na Missão Continental?
Como o tema proposto, neste tópico, repete a mesma proposta do Dia Nacional de 2010, estaremos repetindo os mesmos pontos do Documento de Aparecida.
Nós somos missionários, por Cristo convidados! Vamos pois, congregados, Seu Reino construir”!
A congregação mariana é chamada a repensar profundamente e a relançar com fidelidade e audácia sua missão. Temos que confirmar, renovar e revitalizar a novidade do Evangelho, a partir de um encontro pessoal e comunitário com Jesus Cristo. Isso não depende de grandes programas, mas de congregados e congregadas que encarnem essa novidade, como discípulos de Jesus Cristo e missionários de seu Reino (cf. DA,11)
Encontramo-nos diante do desafio de revitalizar nosso modo de ser católico e nossas opções pessoais pelo Senhor e porque não dizer, também, revitalizar às congregações marianas. Quais caminhos a seguir? (cf. DA,13).
Congregados marianos, temos que “ver, julgar e agir”, ou seja contemplar a Deus com os olhos da fé através de sua Palavra revelada e o contato vivificador dos Sacramentos, para que, na vida cotidiana, vejamos a realidade que nos circunda à luz de sua providência e a julguemos segundo Jesus Cristo, Caminho, Verdade e Vida, e atuemos a partir da Igreja (cf. DA,19).
Nós congregados marianos, somos discípulos e missionários de Jesus, queremos e devemos proclamar o Evangelho, que é o próprio Cristo, sendo portadores de boas novas e não desventuras. (cf. DA,30).
Ao seguirmos Jesus, iremos aprender e praticar as bem-aventuranças, o estilo de vida do próprio Jesus: seu amor, obediência, compaixão, proximidade dos pobres, fidelidade à missão, seu amor serviçal até à doação de sua vida. (cf. DA,139).
São Paulo, no início dos séculos escrevia já aos congregados marianos de hoje: “São vocês uma carta de Cristo redigida por nosso ministério e escrita não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo” (2Cor 3,3)
Será importante aos congregados avaliar a sua missão. Encontrar Jesus na intimidade é indispensável para alimentar a vida comunitária e a atividade missionária. Como será importante a adesão aos Retiros nos moldes dos Exercícios Espirituais de Santo Inácio. (cf. DA,154)
Bento XVI nos recorda que “o amor a Eucaristia leva também a apreciar cada vez mais o Sacramento da Reconciliação”. Vivemos numa cultura marcada por forte relativismo e perda do sentido do pecado. Não devemos abandonar o Sacramento da Reconciliação (cf. DA,177)
As congregações marianas devem fazer em seus ambientes, uma casa e escola de comunhão. Temos a missão de acolher, discernir e animar carismas, ministérios e serviços na Igreja. Uma ótima oportunidade será uma participação maciça no Dia Nacional do Congregado Mariano (cf. DA 188).
Nas congregações marianas temos de reforçar quatro eixos: (cf. DA 226)
Experiência religiosa: Encontro pessoal com Jesus Cristo, anúncio querigmático;
Vivência comunitária: Fazer com que as pessoas se sintam valorizadas, incluídas, que todos se sintam participantes;
Formação: Aprofundar o conhecimento da Palavra de Deus e os conteúdos da fé, visto que esta é a única maneira de amadurecer nossa experiência religiosa;
Compromisso missionário: ir ao encontro dos afastados da congregação mariana e convidá-los a retornarem para ela.
Maria é a grande missionária, continuadora da missão de seu Filho e formadora de missionários (A congregação mariana deve encontrar em Maria a inspiração para ser melhor discípulo e missionário de Jesus). (cf. DA,269)
O Papa veio a Aparecida, com viva alegria dizer aos congregados marianos: “permaneçam na Escola de Maria. Inspirem-se em seus ensinamentos. Procurem acolher e guardar dentro do coração as luzes que ela, envia a cada um a partir do alto“. (cf. discurso no final do Rosário, na Basílica de Aparecida-SP, em 12.mai.2007).
Muito mais poderíamos acrescentar. Mas, cada congregação, deverá olhar a sua realidade, e complementar o texto a seu modo. O importante, que a partir desta leitura, haja congregados marianos entusiasmados, não importando a idade, mas buscando sempre espaço para a juventude, que será a continuidade desta Obra de Maria. Sem esquecer: “Conhecer a Jesus é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber; tê-lo encontrado foi o melhor que ocorreu em nossas vidas, e fazê-lo conhecido com nossa palavra e obras é nossa alegria” (cf. DA,29).
Finalizamos com a Parábola JESUS E O FUTEBOL, do Pe. Anthony de Mello,SJ (†1987)
Disse Jesus que nunca tinha visto uma partida de futebol.
Resolvemos, então, levá-lo a uma, eu e uns amigos.
Foi um jogo feroz entre os Católicos, azuis, e os Protestantes, preto e branco.
O primeiro gol foi dos católicos, com grande alegria para Cristo
que até jogou para cima o seu chapéu.
Mas, logo veio o gol dos Protestantes e Cristo teve a mesma
reação de entusiasmo e fez o mesmo gesto com o chapéu.
Isso deixou meio “encucado” um camarada
que estava atrás de nós;
ele bateu no ombro de Jesus e perguntou:
Mas, afinal, você por qual time está torcendo?
Eu?, responde Jesus, ah, por lado nenhum;
Estou aqui pra divertir-me, vendo o jogo”.
O homem atrás de nós, então, disse ao vizinho:
Olhe aí! Mais um ateu!
Ao sair do estádio, demos algumas dicas a Jesus a respeito da situação religiosa do mundo hodierno. Concluímos dizendo: “Sabe, Senhor? As pessoas religiosas são gozadas… Elas parecem pensar que Deus está sempre do lados delas contra as pessoas do outro lado”.
É assim mesmo, concordou Jesus; eis aí por que Eu não apóio estas paixões; Eu apóio pessoas! Pessoas são mais importantes do que as paixões. O homem é mais importante do que o sábado”.
Cuidado, Jesus! Olhe o que está dizendo! Lembra-se de que  já foi crucificado uma vez por andar dizendo estas coisas…
Sim, fui crucificado… e por pessoas religiosas”, disse Jesus com um sorriso.
 Feliz Dia Nacional do Congregado Mariano!



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