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Disputa esportiva, símbolo de uma batalha que não admite derrota

Disputa esportiva, símbolo de uma batalha que não admite derrota

Comentário do arcebispo de Sorocaba no contexto da Copa de Mundo de Futebol

BRASÍLIA, terça-feira, 15 de junho de 2010 (ZENIT.org) - A disputa esportiva simboliza o drama profundo da existência humana, uma batalha que “não admite derrota”, contra a morte definitiva.

É o que afirma o arcebispo de Sorocaba, Dom Eduardo Benes de Sales Rodrigues, em artigo difundido ontem no portal da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), no âmbito do Mundial de Futebol.

“A Copa do Mundo está começando. O Brasil inteiro estará assentado diante dos aparelhos de TV. A vitória é intensamente desejada. Os jogadores – se o Brasil ganhar –, serão transformados em heróis nacionais, deuses do futebol”, comenta o bispo.

“Por um momento o tempo dará lugar à eternidade. Os vitoriosos, jogadores e torcedores, serão banhados por sua luz, terão suas almas lavadas, estarão em estado de graça.”

Segundo o arcebispo, o prêmio “será a taça levantada para a contemplação dos olhos ávidos de felicidade e de glória. Os vencidos, de olhos baixos, se entregarão ao choro. Como é ruim, frustrante, a derrota!”

“É assim que a disputa esportiva revive – prossegue o prelado –, na força da dramatização ritual-simbólica, o drama profundo da existência humana. Há uma batalha de fundo em que todos estamos metidos e que não admite derrota. Esta seria a destruição e a morte definitiva.”

Dom Eduardo Benes explica que Marx “havia pensado que a religião era tão somente a expressão simbólica de aspirações não realizadas na vida real, a solução fantástica de problemas reais, a compensação transcendente para frustrações históricas”.

“Nós pensamos que a dimensão religiosa é a mais profunda dimensão da existência humana. O mal deve ser vencido desde as raízes mais profundas do ser humano”, afirma. 

Segundo o arcebispo, sozinhos, “não venceremos”. “Precisamos de redenção, da graça de Deus e temos que lutar articulados, em equipe, por um projeto maior, sem estrelismos, sabendo que a vitória é possível e está ao nosso alcance”.

No entanto, é preciso “ter garra, dar a vida, o sangue, durante todo o tempo da partida. Assim nos ensina Jesus: ‘quem quiser salvar sua vida – sua pele – perdê-la-á e quem perder sua vida por causa de mim, salvá-la-á’”.

Dom Eduardo Benes considera que não se pode repetir na vida “os erros que os derrotados cometem nas disputas esportivas”.

“Ninguém recebe a coroa – a taça – antecipadamente e ninguém vence sozinho. A vitória é obra coletiva, garantida por Deus para aqueles que lutam, com garra e inteligência, até o fim”, afirma o prelado.

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