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Véu de Manoppello

Véu de Manoppello: rosto maravilhosamente humano de Deus

Entrevista com Paul Badde, autor de “L'autre suaire”

Por Marine Soreau

ROMA, quinta-feira, 20 de maio de 2010 (ZENIT.org). Além do Santo Sudário que é exibido em Turim até 23 de maio, outra tela, menor, que representa a face de Cristo, é conservada no santuário de Manoppello, pequena localidade italiana de Abruzzo.

O jornalista alemão Paul Badde, correspondente em Roma do jornal Die Welt desde 2000, investigou durante vários meses o "segredo de Manoppello".

Tem-se perguntado de onde veio este véu, como essa imagem foi formada, se poderia ser o véu de Verônica e seus vínculos com o Santo Sudário.

E publicou o resultado de suas investigações em um livro intitulado L'autre suaire ("A outra tela", N. do T.), publicado em francês pela Editions de l'Emmanuel - Editions du Jubilé.

Até Bento XVI peregrinou a Manoppello em setembro de 2006, realizando a primeira visita de um Papa a este santuário.

Recentemente, no editorial dedicado à visita de Bento XVI a Turim para a ostentação do Santo Sudário, o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, SJ, evocou estas "imagens que a tradição credita como vias preciosas para entrever" a face de Cristo, "em Manoppello ou em Turim".

ZENIT entrevistou Paul Badde sobre a investigação que realizou e conclusões a que chegou.

- Brevemente, o que é a tela de Manoppello?

Paul Badde: Trata-se de um véu feito de um linho extremamente fino, no qual aparece a face de Cristo.

Porém, é tecnicamente impossível pintar este tipo de tecido, realizado a partir de filamentos de Pinn nobilis.

Não se encontra nenhum outro pigmento de tinta no véu. O aparecimento da face no véu continua sendo um mistério que destaca o inexplicável.

- Por que merece ser conhecido?

Paul Badde: Principalmente pela magistral face de Cristo neste tecido. Trata-se do ícone por excelência de Cristo, a antiga Vera Ikon, o tesouro mais preciso da cristandade, considerado desaparecido durante séculos e agora redescoberto: a face maravilhosamente humana de Deus.

- Em sua opinião, o que poderia provar que se trata da face de Cristo?

Paul Badde: É fácil demonstrar que se trata do véu chamado de Verônica, que foi durante muito tempo adorado e exposto em São Pedro, em Roma.

Como prova: as numerosas mulheres daquele tempo que contribuíram num testemunho convincente.

Porém, o mais surpreendente é a constatação de que este véu deve ser idêntico ao sudário, quer dizer, a Santo Sudário a que o apóstolo João se refere no momento em que descobre, com o apóstolo o Pedro, que Cristo havia ressuscitado dos mortos. Muitos indícios também apoiam esta constatação.

- Pode-se imaginar um vínculo com o Santo Sudário?

Paul Badde: Sim, o véu representa o mesmo rosto, o de Jesus de Nazaré. Mas o Santo Sudário o representa morto, enquanto o véu o representa vivo, com as mesmas feridas na face, mas curadas!

Os matemáticos calcularam uma probabilidade de 200.000.000.000/1 de que o Sudário de Turim venha do Santo Sepulcro de Jerusalém.

Em outras palavras, trata-se realmente de um dos "tecidos" achados no túmulo e descritos por uma testemunha, o apóstolo João.

Mas nesta passagem de extrema importância, João se refere expressamente a um véu pequeno "separado" dos demais, colocado em um lugar à parte.

Isso não pode ser outro a não ser este pequeno véu que está hoje em Manoppello.

- O que lhe fascinou tanto nesta tela para realizar uma investigação assim?

Paul Badde: Este véu exerce uma fascinação sem igual. Não existe nada semelhante nesta terra. Como jornalista, não pude resistir a esta fascinação.

Os jornalistas sempre procuram uma obra-prima. Estão à procura do inacreditável. Eu mesmo tinha feito muitas descobertas, nos países mais diversos, tanto em tempos de paz como em tempos de guerra. Mas nunca tinha visto nada comparável ao véu, nem antes de nem depois.

- Por que foi dada forma thriller à sua obra?

Paul Badde: É exatamente como também eu realizei minhas investigações. Não inventei nenhuma frase, não havia nada planejado. Os eventos aconteceram da mesma maneira que eu escrevi.

- Como interpreta a visita de Bento XVI a Manoppello?

Paul Badde: Este pode ser o último desta série de milagres. O Papa leu meu relatório e decidiu - apesar das resistências dentro da Igreja e de Vaticano - ir a Manoppello.

Rezando em silêncio perante o véu em 1º do setembro de 2006, ele reintroduziu esta imagem na história e até os confins do mundo.

E desde este momento, não deixa de falar do "rosto humana de Deus". Trata-se da marca de seu pontificado.

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