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Cientistas divergem sobre o papel do homem no aquecimento global


SBPC - Cientistas divergem sobre o papel do homem no aquecimento global

MCT - 29/07/2010

Papel antrópico

Professores da Universidade de São Paulo (USP) apresentaram posições contrárias sobre os efeitos das ações humanas e as suas consequências nas mudanças climáticas durante a 62ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

Quem assistiu à palestra "Mudanças Climáticas: Papel Antrópico" pôde presenciar a posição do professor Paulo Artaxo, que definiu o homem como um autor da alteração do clima no planeta.

Por outro lado, o docente Ricardo Augusto Felício foi contrário às ideias defendidas por Artaxo. Para Felício, acreditar que o indivíduo contribui, por exemplo, para o aquecimento do planeta, é uma inverdade.

Antropoceno

Em sua apresentação, Paulo disse que a humanidade está mudando a face do planeta e citou, ainda, que muitos especialistas já denominam essa era geológica em que vivemos como "O Antropoceno".

"Essa fase não mais é que a significativa intervenção do homem nas mudanças climáticas. Isso refere-se, por exemplo, aos fenômenos naturais extremos. Hoje, pudemos verificar em várias parte do mundo, furacões constantes, chuvas em grandes proporções, entre outros acontecimentos", enfatizou.

Entre os acontecimentos citados por Paulo Artaxo como fator que evidencia a situação preocupante em que o planeta passa é o derretimento de gelo na Groenlândia.

"Esse e outros fatores atestam a mudança no clima. Não há outro modo de evitar o agravamento no clima do planeta se não combatermos principalmente, a forma do indivíduo de se comportar diante desses fenômenos. A temperatura do planeta deverá aumentar nos próximos 100 anos entre 1,5 e 3 graus centígrados. Para evitar previsões assim precisamos tomar algumas atitudes. Entre elas, adotar melhores práticas agrícolas, evitar o desmatamento, usar veículos menos poluentes, entre outras", citou.

Previsões desastrosas

Ao contrário do que acredita Artaxo, Ricardo Felício disse que, anos atrás, por volta de 1920, o aquecimento do planeta já era uma preocupação recorrente de vários cientistas.

Ele comentou ainda, que apesar disso, as previsões desastrosas não se concretizaram.

"Cientistas falam da ação humana e o que ela tem provocado, em termos prejudiciais, na preservação do meio ambiente. Acontece que todas as reações do planeta são normais. É comum termos em um determinado ano, vários terremotos, e em outros não. É normal que a natureza reage diferente em períodos diferentes. Com o passar dos anos, lugares que não eram habitados passaram a ser, isso mexe com o clima, mas é algo normal", defendeu.

Felício falou também sobre o gás carbônico (CO2), um dos principais gases do efeito estufa.

"É necessária a emissão de gás carbônico para o funcionamento do planeta. Sem ele, não existiria vida. A imposição de que a população precisa adotar medidas preventivas para se evitar o aquecimento do planeta, por exemplo, tem sempre algum interesse maior envolvido na questão. Enquanto, os países subdesenvolvidos procuram adotar ações de mitigação, os desenvolvidos continuam a emitir gases de efeitos estufa normalmente. É por isso que a reunião sobre o clima, realizada em Copenhague, não resultou em acordo entre países ricos e pobres", finalizou.


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