sobre a Homossexualidade
Extraído do facebook de Aurélio Guimarães:
Eu como católico fico pasmo de ver como nossos bispos são omissos em ensinar a doutrina católica, preocupando-se antes em temas políticos com viés de esquerda. Ao longo do ano passado, o esforço infernal para legalizar “o casamento de pessoas do mesmo sexo” cresceu grandemente em nível nacional, tornou-se mais vociferante e espalhou seus tentáculos vis e ameaçadores até mesmo aos mais inocentes. Deparados com esta iminente catástrofe moral, qual tem sido a resposta dos bispos americanos até agora?
O Beato Abade Columba Marmion (1858-1923) em Cristo a Vida da Alma, escreve:
O Batismo, por seu simbolismo e pela graça que produz, como São Paulo
nos mostra, marca toda a nossa vida cristã com o duplo caráter de “morte
ao pecado” e “vida para Deus.” O cristianismo é propriamente falando
uma vida: Veni ut vitam habeant. Nosso Salvador nos diz que é a vida
Divina que flui em cada uma de nossas almas da Humanidade de Cristo,
onde ela se encontra em plenitude. Porém, esta vida não se desenvolve
sem nós, sem esforço; a condição de seu desenvolvimento é a destruição
daquilo que se lhe opõe, ou seja, o pecado. Esta “morte ao pecado,” a
princípio realizada no batismo, torna-se então para nós uma condição de
vida; devemos enfraquecer a ação da concupiscência em nós, tanto quanto
possível; é a esse preço que a vida Divina irá se desenvolver em nossa
alma e isso se dará na mesma medida em que renunciarmos ao pecado, aos
hábitos pecaminosos e a todo apego ao pecado.
Sem dúvida, o
Precioso Sangue de nosso Santíssimo Redentor marcou de maneira indelével
a vida Cristã com esse caráter duplo: “morte ao pecado” e “vida para
Deus.” Para viver para Deus precisamos morrer para o pecado. Se tivermos
que seguir a Jesus Cristo, precisamos negar a nós mesmos e tomar a
nossa cruz. É preciso renunciar à riqueza injusta se desejarmos servir a
Deus. Ou vivemos pelo Espírito ou seremos arrastados pela carne. É
preciso que nos afastemos do ruído e tagarelice do mundo para ouvir a
voz de Deus no silêncio majestoso do Santo Sacrifício da Missa. A única
maneira de “nos revestirmos de Cristo,” o homem novo, primeiramente é
preciso pôr de lado o velho homem. Ó alma cristã, deves deixar este
mundo passageiro para trás, pois só então poderás ver a face de Deus e
viver… em um mundo que nunca morrerá.
De acordo com o Evangelho
de São Mateus, já o início da pregação de Jesus está divinamente selado
com este “duplo caráter.” Jesus prega “morte ao pecado” em Mateus 4:
17, “fazei penitência,” e “vida para Deus” imediatamente daí em diante,
Mateus 4: 19, “Vinde após mim e vos farei pescadores de homens.” Além
disso, logo no início de Seu ministério público (Mt 4:1-11), o Próprio
Jesus oferece a base para este “duplo aspecto” da vida Cristã. Jesus é
“levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo demônio.” O que
Ele está fazendo? Jesus vence Satanás e desfere um golpe mortal no
pecado. Em seguida, Ele traz “vida para Deus” em abundância através de
seu ensinamento e cura. Finalmente, ao longo de sua obra redentora, que
culmina no Calvário, o Filho de Deus invariavelmente relaciona o perdão
dos pecados (“morte ao pecado”) a curas milagrosas (“vida para Deus”).
Uma vez que esse caráter duplo de “morte ao pecado” e “vida para Deus” é
inerente à vida cristã (ou seja, enraizado na graça do Batismo), como é
possível que a vasta maioria da hierarquia de nosso país (tanto padres
quanto bispos) parece ignorar o primeiro aspecto de maneira constante e
pregar quase que exclusivamente o segundo aspecto? Sem dúvida, há
pessoas que tentarão justificar a sua negligência de condenar o pecado
alegando que eles estão adotando “uma abordagem mais pastoral.” Lembro a
todos os clérigos a Carta sobre Cuidado Pastoral de Pessoas
Homossexuais da Congregação para a Doutrina da Fé, de 1º de outubro de
1986, “Uma abordagem verdadeiramente pastoral apreciará a necessidade
das pessoas homossexuais de evitar ocasiões próximas de pecado.
Desejamos deixar claro que o afastamento do ensinamento da Igreja ou o
silêncio sobre esse ensinamento, em um esforço para oferecer cuidado
pastoral, nem é cuidado, nem é pastoral. Somente aquilo que é verdadeiro
pode, em última análise, ser pastoral.”
Ao longo do ano
passado, o esforço infernal para legalizar “o casamento de pessoas do
mesmo sexo” cresceu grandemente em nível nacional, tornou-se mais
vociferante e espalhou seus tentáculos vis e ameaçadores, até mesmo aos
mais inocentes. Deparados com esta iminente catástrofe moral, qual tem
sido a resposta dos bispos americanos até agora?
Graças a Deus,
há alguns bispos americanos que, fiéis ao seu dever, têm apresentado o
ensinamento da Igreja sobre o Sacramento do Santo Matrimônio divinamente
instituído como uma união exclusiva, vitalícia entre um homem e uma
mulher. Entretanto, após um exame atento, o quadro é muito perturbador.
Até onde estou ciente, nem um único bispo americano ensinou com
autoridade sobre a homossexualidade como uma desordem objetiva e o
pecado grave dos atos homossexuais. Em um momento da história quando os
católicos estão em extrema necessidade da verdade de Cristo, não estou
ciente de um único bispo americano que tenha instruído todos os seus
padres para pregar o que a Igreja ensina sobre: (1) a santidade do
matrimônio, (2) como o matrimônio, por lei divina, é uma união
exclusiva, vitalícia de um homem e uma mulher, (3) o mal intrínseco dos
atos homossexuais, (4) o pecado grave de apoiar — de qualquer forma ou
maneira —“o casamento de pessoas do mesmo sexo.”
Considerem a
seguinte analogia com o aborto, que também é um mal intrínseco. Como é
que um bispo pode ser sincero ao conduzir o seu dever de ensinar a
verdade de Cristo sobre a santidade, maravilha e beleza do dom da vida
(“vida para Deus”), enquanto permanece silencioso sobre o horrendo
pecado do aborto (“morte ao pecado”)? Isso não faria qualquer sentido.
Tal negligência culpável seria, verdadeiramente, uma traição da verdade!
De modo semelhante, mesmo em caso de bispos que estão pregando sobre a
santidade do matrimônio e (corretamente) opondo esforços para a
legalização do “casamento de pessoas do mesmo sexo,” por que é que eles
permanecem em silêncio sobre a abominação do “estilo de vida
homossexual”? Onde está o nosso zelo por Deus e pela salvação das almas?
Atualmente, estamos testemunhando milhões de almas jovens — ovelhas
perdidas!— que estão sendo enganadas e conduzidas para a ruína pela
agenda astuciosa da cultura de “direitos iguais de matrimônio,”
“tolerância,” “não discriminação”… como é que um bom pastor não grita de
cima dos telhados que os atos homossexuais são intrinsecamente maus,
depravados e constituem uma abominação perante Deus e homem?
O
ensinamento de Jesus Cristo e da Igreja Católica Romana referente à
homossexualidade é claro (CCC 2357-2359); ele pode ser resumido em três
pontos básicos:
- Os atos homossexuais são atos gravemente depravados; eles são pecados mortais que clamam aos céus por vingança. Sob nenhuma circunstância eles podem ser aprovados.
- A homossexualidade é uma desordem objetiva.
- As pessoas homossexuais devem ser tratadas com respeito, compaixão e sensibilidade.
Os números 1 e 2 acima são ensinamentos morais infalíveis da Igreja
Católica em razão de seu Magistério universal ordinário. Se alguém diz
professar a Fé Católica, deve assentir a essas verdades morais,
salvíficas. Se alguém rejeita qualquer uma dessas verdades, essa pessoa
não é mais católica!
É imperativo que nós – padres e bispos,
especialmente — examinemos as nossas consciências. Será que sentimos
vergonha das verdades mencionadas acima? Como Católicos Romanos, os
únicos portadores da verdade que salva almas, vamos fugir da verdade por
medo de perseguição? Será que estamos com medo de sermos rotulados de
“intolerantes”? Será que tememos aborrecer as pessoas ou “ofender”
parentes ou paroquianos? Será que estamos preocupados em “nos
indispormos” com grandes benfeitores e políticos influentes? Que as
palavras luminosas de Nosso Amado Salvador nos confortem e fortaleçam:
“No mundo tereis tristeza, mas coragem, Eu venci o mundo” (João 16:33);
“E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (João 8:32).
Peço aos meus irmãos sacerdotes e aos bispos de nossa nação. Sim,
precisamos tratar as pessoas homossexuais com genuíno amor cristão,
respeito e compaixão. Creio que temos todos muito trabalho a fazer nesta
importante área de caridade. Mas pelo amor e honra de Deus, e por amor
das pobres almas, precisamos falar claramente contra a desordem da
homossexualidade! Precisamos ser pacientes e compreensivos com as
pessoas homossexuais, porém, como podemos, nós que fomos encarregados de
cuidar das almas, ignorar o fato de que alma após alma está sendo
escravizada pelo vício cruel de um “estilo de vida homossexual”? Como é
possível limitarmos a nossa pregação a “amar e respeitar as pessoas,”
quando alma após alma está sendo aterrorizada e devorada por Satanás e
seus asseclas?
Por volta do final do século XIX, o Papa Leão
XIII escreveu uma Carta Encíclica sobre o Matrimônio Cristão, Arcanum
Divinæ (10 de fevereiro de 1880). Enquanto exaltava a dignidade e beleza
do Santo Matrimônio (“vida para Deus”), ele também fulminava as
tentativas desavergonhadas de um mundo secular de legalizar o divórcio
(“morte ao pecado”). É altamente instrutivo ler o que ele escreveu há
mais de um século com relação ao grave pecado do divórcio. Ao ler a
breve passagem que menciono abaixo, observe, por favor, duas coisas: a
primeira, como suas palavras se tornaram tão proféticas, e em segundo
lugar, tente imaginar o que ele diria hoje em dia sobre a tentativa do
mundo secular de legalizar o “casamento de pessoas do mesmo sexo.”
Na verdade, é quase impossível descrever a enormidade dos males que
resultam do divórcio. O divórcio torna os contratos matrimoniais
variáveis, enfraquece a benevolência mútua, proporciona induzimentos
deploráveis à infidelidade, prejudica a educação e a instrução das
crianças, oferece ocasião para a destruição de lares; as sementes da
dissensão são mostradas entre as famílias, a dignidade das mulheres é
diminuída e as mulheres correm o risco de serem abandonadas depois de se
terem subjugado aos prazeres dos homens. Então, nada tem tanto poder de
levar as famílias à ruína e destruir por completo os reinadoscomo a
corrupção dos valores morais, facilmente se vê que os divórcios são no
mais alto grau hostis à prosperidade de famílias e Estados, surgindo de
valores morais depravados das pessoas, e, conforme a experiência nos
mostra, abrindo um caminho para todo tipo de maldade na vida pública e
privada.
Além disso, se a questão for devidamente ponderada,
veremos claramente esses males como mais especialmente perigosos porque
uma vez que o divórcio for tolerado, não haverá restrição poderosa o
bastante para mantê-lo dentro das fronteiras delimitadas ou previstas.
Sem dúvida, a força do exemplo é grande, e maior ainda é a força da
paixão. Com tais incentivos, podemos inferir que o afã pelo divórcio, se
disseminando diariamente através de caminhos tortuosos, se apoderará de
muitas pessoas como uma doença contagiosa virulenta ou como uma
inundação de água rompendo todas as barreiras.” (nn. 29 e 30)
São Paulo, o grande Apóstolo e missionário, nunca restringiu a sua
pregação exclusivamente à “vida para Deus.” Em Gal 5, 22-23, ele ensina
de maneira magnífica sobre a vida do Espírito: “Porém, o fruto do
Espírito é a caridade, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade,
longanimidade, mansidão, fé, modéstia, continência, castidade.”
Entretanto, nos versículos anteriores (Gal 5,19-21), ele faz uma
advertência solene com relação à “morte ao pecado”: “Ora, as obras da
carne são manifestas, a saber: a prostituição, impureza, libertinagem,
idolatria, feitiçarias, ódios, discórdias, ciúmes, iras, rixas,
dissensões, divisões invejas, bebedeiras, orgias e outras como estas,
pois quem praticar tais coisas não será herdeiro do reino de Deus.”
Em uma das passagens mais marcantes e comoventes em toda a Sagrada
Escritura, Jesus Cristo fala à samaritana sobre a “vida para Deus”:
“Porém, a água que eu lhe der será nele uma fonte que jorra para a vida
eterna.” (João 4: 14) A mulher exclama, “Senhor, dá-me dessa água para
que eu não sinta mais sede nem precise vir aqui buscar água.” (João 4:
15) Nós padres e bispos deveríamos ter sempre em nossas mentes e
corações a resposta intempestiva do Filho de Deus. Ele prega “morte ao
pecado,” sem exceção. Ele a acusa e adverte “Respondestes bem, ‘não
tenho marido’. De fato, tiveste cinco e aquele que agora tens não é teu
marido.” (João 4: 17-18) Ao aceitar a verdade da condenação do Filho de
Deus de seu pecado, a mulher reconhece o Cristo… e a fonte de salvação é
aberta a ela e seu povo.
Que a Santíssima Mãe de Deus
interceda por nossos padres e bispos. Que ela os faça santos, fiéis,
corajosos e puros. Ela carregou o Divino Infante em seus braços
maternais no mais doce e terno abraço (“vida para Deus”) e
simultaneamente esmagou a cabeça da serpente com os seus pés virginais
(“morte ao pecado”). Sancta Dei Génetrix, ora pro nobis.
Padre
Michael Rodríguez é sacerdote da Diocese de El Paso, Texas. Atualmente
ele é o vigário paroquial da Paróquia Santa Teresa, em Presidio, Texas.
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