A Igreja Católica em Decadência ?

Vito Nunziante*


A palavra Igreja Católica envolve vários significados: uma construção dedicada ao culto, um lugar onde se ora ou realizam reuniões, elementos reunidos no seguimento de Cristo sob a orientação do ...

A palavra Igreja Católica envolve vários significados: uma construção dedicada ao culto, um lugar onde se ora ou realizam reuniões, elementos reunidos no seguimento de Cristo sob a orientação do Papa ou a instituição religiosa que tem por fundador Jesus Cristo sob a presidência do Papa, sucessor do Apóstolo Pedro.

No entanto, quando os adversários fazem referência a ela, quase sempre se referem à última  identificação, exatamente à instituição divina, a única indefectível.

Não poucas vezes ouve-se dizer que a Igreja Católica, baseados em números fornecidos pelas pesquisas, está em decadência.

Trata-se de conclusões pura e simplesmente superficiais de quem não percebeu ainda que a Igreja Católica, em sua trajetória milenar, busca não tanto aumentar o número dos seguidores de Cristo mas, acima de tudo, evangelizar e fazer com que os homens vivam e pratiquem o anúncio da Boa Nova segundo a mensagem de Jesus Cristo seu Fundador, que se preocupa com a qualidade mais que com a quantidade.

Neste contexto, não faz alarde das conquistas e, menos ainda, das deserções. Ela faz o anúncio deixando a responsabilidade, de segui-la ou não, aos ouvintes.

Ante esta constatação, temos de admitir de que a mídia, provavelmente ficará alheia às conversões entre os hindus e de inteiras comunidades na Polônia, ao reaproximar-se de grupos como Luteranos, Metodistas, Presbiterianos e anglicanos formando o CONIC – Conselho das Igrejas Cristãs e outras mais. Não será a mídia a divulgar o fervor da Fé católica que sobreviveu à perseguição comunista do bloco soviético ou que sobrevive como fogo sob as cinzas em Países ateus ou anticristãos.

Assim mesmo, volta e meia, mostra ao mundo os seus heróis a fim de estimular a emulação em todas as épocas. Quem não se lembra da irmã Dulce que entregou sua vida no cuidado aos pobres e doentes? Por acaso ficou no esquecimento dona Zilda Arns que doou seu tempo às crianças abandonadas do Brasil e do mundo? Que dizer da freira Edith Stein martirizada por insensatos usurpadores da justiça e dos direitos alheios? São os frutos dessa Igreja que, segundo São Pio X, será sempre perseguida como adiantou o Rabi da Galiléia.

A esta altura diríamos que não é a Igreja Católica que está em decadência e sim a Sociedade. O ser humano que está deixando a racionalidade para aderir ao animalesco.  Pior ainda, realiza atos que nem mesmo as bestas teriam coragem de realizar quando, com requinte de crueldade: mata inocentes e indefesos; os pais matam seus próprios filhos, filhos eliminando friamente seus próprios pais.

A Igreja lembra e ensina de não roubar e não mentir, de respeitar e amar seu semelhante, mas os homens preferem passar os outros para trás ou transformá-los em escravos e objetos de um simples  prazer que satisfaça seus instintos. Estão aviltando os valores humanos e divinos.

Enquanto persiste uma voz a condenar o mal, esta é a Igreja viva ultrapassando os milênios.



(*) Vito Nunziante é Congregado mariano,
Ministro extraordinário da Sagrada Comunhão,
membro da Pastoral do Batismo e
Presidente da Região Norte da Federação das Congregações Marianas
da Arquidiocese do Rio de Janeiro.

publicado em Caritatis

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