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“É difícil achar uma pessoa feliz entre os ricos”

uma conversa com Bauman, um dos intelectuais mais importantes do nosso tempo Bauman Publicado originalmente no La Vanguardia.   Se uma pessoa no alto dos seus 90 anos comparece a uma entrevista às 8h45, é porque está em forma. Longe do seu inseparável cachimbo, este extraordinário dissidente do capitalismo e hipercrítico com o comunismo, polonês com passaporte britânico, tem aspecto de homem que sabe mais pelo que não diz do que pelo que diz. E disse muito. Nascido em Poznan em 1925, Zygmunt Bauman (foto) é um dos intelectuais europeus vivos mais importantes, Prêmio Príncipe das Astúrias de Comunicação e Humanidades 2010, junto com Alain Touraine. Acredita que a desigualdade se instalou entre nós para ficar e que a elite política há décadas não fala a mesma linguagem que as pessoas comuns. Essa chamada por ele “modernidade líquida” já é modernidade liquefeita e, se duvidar, evaporada… De ascendência judaica, seus pais fugiram do país após a invasão alemã, em 1939,

CM Feminina: uma tradição perdida e preciosa

Por Juliana Fragetti Ribeiro Lima, Aspirante da CM Sede da Sabedoria Eu acho engraçado. As pessoas, ao verem que estou com a fita azul, chegam e falam: “você foi ser Filha de Maria (fazendo referência à Pia União)??”. Não passa na cabeça das pessoas – muitas delas até bem instruídas religiosamente falando – que a CM feminina é um século mais antiga do que a Pia União. Muitos acham que CM é somente para homens e se você é mulher, seu lugar é a Pia União. Nem sempre, nem sempre. Aliás, muitas grandes santas que conhecemos foram… Congregadas Marianas! Santa Teresinha (Lisieux), Santa Rosa de Lima, Santa Bernardete, só pra ficar em três (tem muito mais!!), foram Congregadas. Por isso, eu quero nesse texto, mostrar alguns dados históricos a respeito das CCMM femininas. Que elas tinham seu lugar e eram muito valiosas. Algumas coisas, quando paramos para pensar no sentido delas, eclesial e teologicamente, vemos a riqueza que temos e que estamos deixando de lado. Vamos então deixar de del

A segunda morte de Bernardo

por Paulo Briguet .   Encontrei uma vizinha no elevador e ela disse: “Paulo, gosto das suas crônicas quando você fala mal do PT e bem da sua família”. Agradeci de coração. Há os que só gostam das crônicas contra o PT; há os que só gostam das crônicas a favor da família; e há, por fim, os que desejariam que eu falasse bem do PT e mal da família. A estes últimos, jamais irei agradar. Os dois temas formam uma unidade. Para realizar o seu plano de ficar no poder pelos próximos 50 anos, o governo petista precisa fazer duas coisas: destruir a inteligência do País e enfraquecer a instituição familiar. Isso porque a inteligência e a família são naturalmente refratárias ao Estado. Hoje em dia, as famílias, principalmente as cristãs e judaicas, são os grandes focos de resistência ao controle social petista. A diferença entre a caridade real e a caridade socialista é que uma não exige nada em troca, enquanto a outr

Papa Francisco e Patriarca Bartolomeu assinam Declaração comum

Papa Francisco e Patriarca Bartolomeu assinam Declaração comum  Rádio Vaticana     Jerusalém (RV) - Ponto alto da viagem do Santo Padre à Terra Santa, realizou-se no final da tarde deste domingo o tão aguardado encontro do Papa Francisco com o Patriarca ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I. O encontro teve lugar na Delegação Apostólica de Jerusalém, onde, 50 anos atrás, se verificou o histórico abraço entre Paulo VI e Atenágoras. Marcado de grande comoção e carregado de grande significado ecumênico, o encontro deu-se de forma privada, na presença do cardeal secretário de estado, Pietro Parolin, e do presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Cardeal Kurt Koch. O Pontífice e o Patriarca assinaram uma Declaração comum, cujo texto propomos a seguir, na íntegra: 1. Como os nossos venerados predecessores Papa Paulo VI e Patriarca Ecuménico Atenágoras, que se encontraram aqui em Jerusalém há cinquenta anos,

O Patronato de São José Operário

Em 1955, Pio XII instituiu a festa de “São José Operário”, para dar um protetor aos trabalhadores e um sentido cristão à “festa do trabalho”. Uma vez que todas as nações celebram tal festa a 1º de maio, a celebração de hoje é uma memória fa cultativa. A figura de São José, o humilde e grande artesão de Nazaré, orienta para Cristo, Salvador do homem, Filho de Deus, que participou em tudo da condição humana. Destarte, é firmado antes de tudo que o trabalho dá ao homem o maravilhoso poder de participar na obra criadora de Deus e de aprimorá-la; que ele possui um autêntico valor humano. O homem moderno tomou consciência deste valor, ao reivindicar o respeito aos seus direitos e à sua personalidade. A Igreja “batiza” hoje a festa do trabalho para proclamar o real valor do trabalho, aprovar e bendizer a ação das classes trabalhadoras na luta que, em alguns países, prosseguem para obter maior justiça e liberdade. Fá-lo também para pedir a todos os fiéis que reflitam sobre o

"Eu era católica e Deus me converteu"

Salve Maria! No mês de setembro completei meu primeiro ano de conversão. Se eu era ateia, protestante ou budista? Definitivamente não, talvez fosse o tipo mais difícil de converter: eu era católica. Fiz uma experiência muito forte do amor de Deus. Quero contar o que me aconteceu e especialmente destacar o papel do Padre Paulo Ricardo em tudo isso. Em 2012, fui morar no Rio de Janeiro: o emprego dos sonhos, lá teria a minha casa, muitos ideais na cabeça, coração batendo forte e desejoso de aventuras e novas histórias... Quando lá cheguei foi tudo BEM diferente. O dono do escritório começou a rivalizar pesado comigo e me demitiu exatamente um mês depois, sem conseguir apontar meio motivo razoável. Ao mesmo tempo meu namoradinho carioca, lindo, inteligente, que tocava violão erudito pra mim em noites de lua cheia com vista para o Pão de Açúcar também resolveu me chutar. De alegrias tropicais minha vida passou a um inferno dos mais dantescos. Fui para ca

China comunista: o país mais cristão do mundo em 15 anos?

Julio Severo O Cristianismo está experimentando um crescimento disparado na República Popular da China — tão rápido que o país comunista de 1,35 bilhão de habitantes será o país mais cristão do mundo em 15 anos, de acordo com a reportagem “China on course to become ‘world’s most Christian nation’ within 15 years” (China no curso para se tornar a “nação mais cristã do mundo” dentro de 15 anos) do jornal inglês The Telegraph . A China é oficialmente considerada ateísta, mas um número cada vez maior de chineses está buscando respostas no Cristianismo — querendo conhecer a vida e os ensinamentos de Jesus Cristo. Claro que quando se fala em China e Cristianismo, o primeiro pensamento durante décadas sempre foram as chamadas igrejas subterrâneas — cristãos que se reuniam em esconderijos para adorar Jesus Cristo por um medo justificado de perseguição, prisão, tortura e morte. Mas o quadro está mudando. No domingo de Páscoa passado, uma mega-igreja no país comunista estava lotada

Os desabrigados diante da Catedral do Rio; ou: a caridade e a politicagem

 André Luiz* Não tive nenhuma educação religiosa quando criança dado que  meus pais sempre se mostraram indiferentes quanto à vida espiritual. Ainda assim sempre fui vividamente interessado no tema. Minha fé juvenil era alimentada por filmes cristãos que costumavam passar no fim do ano e na Semana Santa e por leituras do Evangelho, que eu realizava desde infante. A história de Cristo me fascinava e Sua Paixão me despertava profunda reverência. Por isso também um dos meus 'sonhos de criança', nunca realizados, era ver a encenação da Paixão e Ressurreição de Cristo que começava a ser feita nos Arcos da Lapa. Era um espetáculo de muito maior visibilidade que hoje, em uma cidade e um país bem mais católico-romanos e religiosos. A encenação deste ano, que sequer seria realizada na Lapa mas na Catedral Metropolitana, foi cancelada pela Arquidiocese. A causa, porém, não é o desinteresse crescente dos cariocas e sim os rumos que tomaram a desocupação da chamada 

Domingo da Ressureição

 D. Anselmo Chagas de Paiva, OSB Meus caros amigos, Neste domingo somos chamados a lançar o nosso olhar para o sepulcro vazio e contemplar o radiante mistério da ressurreição do Senhor. Ouvimos mais uma vez ecoar o confortador anúncio: " Cristo ressuscitou!".  Com o Domingo da Ressurreição iniciamos um novo período litúrgico, o tempo pascal. Páscoa significa “passagem”. A origem desta festa perde-se na noite dos tempos. Inicialmente, era uma festa de pastores, que no início da primavera, imolavam um cordeiro do rebanho. Os hebreus transformaram esta festa pastoril no “memorial” da libertação do Egito. Era imolado o cordeiro pascal, sinal da “passagem” de Deus, que fez passar o povo eleito da escravidão para a terra da liberdade. Para os cristãos é a festa principal do ano litúrgico, em que se “comemora” a morte de Cristo na cruz e a sua Ressurreição.  Ao celebrarmos a Ressurreição do Senhor, a liturgia nos recorda as palavras dirigidas pelo anj

Como o catolicismo de Tolkien influenciou sua obra?

Mas muitos fãs de Tolkien ficaram de queixo caído ao saber que ele, um professor de Oxford e amante de cachimbo, era um devoto e fiel católico. Como isso influenciou a sua obra? Drew Bowling Warner Bros Tolkien – um homem de piedosa e forte fé e educação católica – impregnou sua obra literária com a transcendência de sua fé cristã. Desconhecendo os mecanismos alegóricos (ainda que alguns especialistas em seu trabalho declarem o contrário), representou as verdades eternas que sustentam uma boa compreensão do catolicismo (beleza, virtudes, ordem moral, a eterna batalha entre o bem e o mal) em sua obra, de forma que a universalidade destas verdades é mais do que evidente. No caso de “O Hobbit” e “O Senhor dos Anéis”, mundos fantásticos e criaturas proporcionam um contexto no qual os elementos da ontologia cristã podem ser desenvolvidos fora do marco usual, o que reflete sua transcendência, bem como chegar a