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Ad Tuendam Fidem - Para Proteger a Fé

Qualquer
credo pode ser defendido hoje, exceto a fé cristã. Se é bem mais
documentada do que as crenças modernas, por que a vergonha?




Alguns
dos maiores teólogos do Brasil vivem praticamente escondidos, até mesmo
publicando livros anônimos. Alguns dão aulas quase secretas. Outros se
arriscam muito pouco, em grupos seletos. Por que o anonimato? Por que o
medo?
Não é apenas timidez ou discrição. É
porque, no Brasil, até mesmo a teologia está dominada pelo marxismo, sob
a cínica alcunha de ‘Teologia da Libertação’ (TL), outro braço da
infiltração marxista que cresceu e cativou gerações.
Em um momento bem determinado (veremos
mais adiante), os marxistas levararam sua ideologia para as
universidades, conventos, mosteiros e até para o sacerdócio. Um
movimento orquestrado para dominar a mente dos católicos que poderiam
simpatizar com seus slogans carregados de emoção. Até mesmo a fundação
da CNBB, embora cercada de boas intenções, e ainda que informalmente,
foi uma forma de dar mais voz aos militantes da Teologia da Libertação. A
CNBB acaba sendo um instrumento que concede uma aparência oficial às
manifestações doutrinais contrárias à Tradição e ao Magistério da
Igreja. Embora seja apenas aparência, o estrago causado por influência
de quem diz agir como a voz da Igreja em nosso país é gigantesco.
Uma das funções da Igreja é a pastoral.
Infelizmente, a pastoral foi o meio encontrado pela Teologia da
Libertação para se expandir rapidamente e não dar qualquer chance para
que os fiéis recebessem o devido atendimento e ensino. Além disso,
direcionar toda a força da Igreja brasileira para ações pastorais evita
que as pessoas prestem atenção em sua espiritualidade, nos sacramentos,
no Magistério, e até mesmo em Cristo. A Igreja dos milagres passou a ser
a Igreja materialista. Nenhum crime contra a Igreja poderia ser maior.
O movimento pseudo-teológico que segue
ganhando força entre os pregadores da TL é a ‘humanização’ de Cristo. De
fato, parece o Ebionismo, uma antiga heresia que negava a divindade de
Cristo, voltando à carga. Os autores e professores desse pensamento
disseminam um Cristo que, se fosse Deus, atrapalharia a nossa visão do
pobre e de nós mesmos. Segundo eles, um Cristo divino é um salvador
distante demais para uma relação pessoal. A única coisa distante nesse
pensamento é a verdade!
Cristo é totalmente humano e totalmente
divino! Cristo é uma pessoa com duas naturezas. Sem divisão nem
proporção. 100% Deus e 100% humano em uma pessoa. É Deus feito carne.
Deus que desceu ao nosso nível para mostrar o caminho do seu amor, e
deixar uma provisão sacrifical para o perdão dos nossos pecados. Sem
esse sacrifício, sem um Cristo divino e humano, não haveria chance de
salvação.


St. Agatha Catholic Church: Our Faith 

Esquecer
a natureza divina de Cristo é torná-lo inalcançável para nós. Um Cristo
que não é Deus não resolve nada! Seria apenas outro ‘grande mestre’ que
fala bonito, mas não resolve o problema humano: a distância entre nós e
o divino. Distância essa que, sem ajuda, sem a misericórdia divina, é
intransponível. Sem o Cristo que a Tradição da Igreja sempre nos
mostrou, o próprio homem perde o seu significado. Nossa filiação divina é
sinal e esperança de salvação. Apenas o Cristo da Tradição nos mostra a
infinita dignidade da vida como Sua imagem e semelhança. Sem isso, nada
pode impedir o irracionalismo travestido de humanismo que relativiza
até mesmo o valor da vida.
O que sobra dessa confusão demoníaca é o
utilitarianismo de uma visão de mundo em que a vida não vale nada a não
ser servir o bem-estar coletivo. Sem o Cristo da Tradição, aquele que
provou sua divindade, se ofereceu a nós em sacrifício impensável, e
depois ressuscitou e subiu aos céus, o que pode ser absoluto? A resposta
é óbvia: nada!
Com a disseminação da TL, a teologia no
Brasil se tornou, quase por inteira, em mera pregação da salvação
terrena do homem. Pregação que transforma o pobre em objeto de
exploração pelo homem. Um bode expiatório para o avanço da ideologia. É a
salvação sócio-política com Deus como mera desculpa.
Sem um Cristo divino, o pobre deixa de
ser um irmão que precisa ser ajudado por amor, uma pessoa dotada de
igual dignidade como imagem e semelhança de Deus, para ser um mero
instrumento de uma salvação que não salva.
Durante a década de 60 do século XX, a
Igreja lutava em mais fronts do que era possível se acompanhar. Com o
fim do Concílio Vaticano II (CVII), dois fronts de batalha cruciais se
abriram. O pós-concílio foi o momento-chave que eu citei no início do
artigo. Os inimigos da Igreja abusaram do pós-concílio. Usaram o
concílio como desculpa para todos os seus atos. Isso também resultou em
uma reação contrária dos radicais tradicionalistas que viam, como
consequência, o CVII como a causa dos problemas.


Jesus Cristo 

Os
que disseminadores da TL usaram o concílio de forma mentirosa como
fonte de autoridade. Era uma tentativa de usá-lo como ‘Cavalo de Tróia’
para suas intenções nada conciliares. E quem condenava o concílio pelos
abusos dos partidários da TL não conseguia diferenciar entre o Concílio
Vaticano II e a sua implementação. Sendo bem franco, a maioria dos
críticos (dos dois lados) jamais leu todos os documentos! Muito menos as
discussões teológicas que ocorreram durante o concílio. Essas
discussões foram publicadas, e poucos se deram ao trabalho de ler!
Foi nesse ambiente hostil que a
implementação (essa palavra é a chave para se entender tudo o que veio
do CVII) do concílio encontrou sua grande barreira, além de fartas doses
de traição. É inegável que os membros da Igreja foram ingênuos quanto à
necessidade de um plano e regras claras para a implementação do
concílio. O Concílio Vaticano II nada tinha a ver com a crise em sua
implementação. Mas foi o suficiente para que seu nome fosse arrastado na
lama por tanto tempo que seus muitos méritos quase foram encobertos
pela sujeira.
Os dois principais fronts de batalha da Igreja eram (e ainda são!):
– os avanços da Teologia da Libertação
– a revolução sexual.
No fundo, os dois têm mais ligação do
que se pensa! Os dois visam apagar a absoluta dignidade humana como
imagem e semelhança de Deus, diminuindo a vida e a união amorosa a meros
caprichos. O casamento a um contrato civil que serve apenas enquanto
uma das partes se vê totalmente atendida; e a vida em si, porque,
aparentemente, tudo pode ser negado, menos o sexo!
Se a vida não é mais infinitamente digna
e a pessoa responsável por seus atos, por que não eliminar a gravidez
até mesmo interrompendo-a com a morte da criança? O sexo, o casamento e o
pobre deixaram de ser reflexo divino, dignos de todo respeito e cuidado
como parte da família divina, e se tornaram apenas um meio para se
atingir um objetivo; um ‘safe space’ onde o transcendente não entra; um
instrumento na busca por mais ‘eu’.
Em meio a tudo isso, a Igreja se viu
forçada a tentar dar um basta na proliferação de falsos teólogos
católicos. Pessoas que espalham uma distorção da doutrina sob uma
pretensa bandeira humanista de ‘libertação’, e abraçam qualquer novidade
pseudo-filosófica para ocupar o lugar da Tradição.
O desenvolvimento doutrinal que se
seguiu é simples e brilhante, arquitetado por duas das maiores mentes do
século XX: o então cardeal Joseph Ratzinger (Papa Bento XVI) e o Papa
São João Paulo II. O cerne da questão seria simplesmente rever a
definição de ‘teólogo católico’! Há que se lembrar que, na época,
centenas de dissidentes envolvidos com a TL chamavam qualquer um em uma
posição de ensino de teologia de ‘teólogo’.
Até aquele momento, não existia uma
definição doutrinal do que era um teólogo católico em uma posição
‘oficial’. Tampouco uma proteção jurídica contra os abusos por eles
cometidos. Em um mundo perfeito, essas definições nem seriam
necessárias. Um teólogo católico seria, como direi?, um teólogo
católico!
Para ser católico, você tem que acreditar que a Igreja, Mater et Magistra (Mãe e Mestra), recebeu de Deus o Depositum Fidei
(o Depósito da Fé), o patrimônio da verdade da fé e da moral entregue
por Cristo, Deus e instrumento da Revelação Divina aos homens. Ou seja: a
Igreja, através de seu Magistério, é quem tem a voz definitiva sobre a
doutrina e a fé do católico. Apenas em comunhão com a Igreja é possível
participar da verdade.
Quando as idéias de um teólogo se chocam
com a sã doutrina da Igreja, resta a ele aprender e a humildemente
aceitar a verdade revelada sob a proteção do Espírito Santo. Ou deixar
de se apresentar como um teólogo católico!
Um teólogo pode simplesmente errar. Algo
sem má fé, mas um erro de qualquer forma. Mas quando o teólogo insiste
no erro, insiste em se colocar acima do Magistério, esse teólogo deve
ser repreendido pela Igreja. Caso não admita seu erro e se recuse a
entrar em comunhão com a Igreja, ele não pode mais ser chamado de
teólogo católico ou ocupar uma cátedra em uma instituição católica!
Não estamos falando apenas de sacerdotes
ou membros de ordens religiosas católicas. Esses já são, ou deveriam,
ser supervisionados por seus bispos. Estamos falando de leigos que se
passam por membros da Igreja e pretendem ensinar doutrina católica
quando, na verdade, estão ensinando o erro.
Por tudo isso, em 1990, a Congregação Para a Doutrina da Fé publicou um documento chamado Donum Veritatis (O Dom da Verdade – Sobre a Vocação Eclesial do Teólogo) [1].
Nesse maravilhoso documento, finalmente é definido o papel do teólogo
católico e sua relação com a Verdade revelada e o Magistério. A
instrução determina ainda um juramento de fidelidade e à Profissão de
Fé.


Rosário - terço e Bíblia 

Refletir
e elaborar uma definição oficial foi um grande passo, porém, logo se
percebeu que era necessário acrescentar providências para que isso fosse
colocado em prática. Em 1998, foi publicado o importantíssimo documento
Ad Tuendam Fidem (Para Proteger a Fé)[2]. O documento, uma Carta Apostólica Motu Proprio
(escrita pelo próprio Papa), reforça a forma e o conteúdo do juramento
que deve ser prestado por todo teólogo ou professor de teologia que
assuma uma cátedra em uma instituição católica[3].
Além disso, e o que é fundamental: o documento acrescenta sanções!
Sanções bem definidas e que toda diocese tem a obrigação de aplicar!
Sejamos claros: não se pode, por
exemplo, dar aula no curso de teologia na PUC e defender a Teologia da
Libertação! Não se pode admitir um professor na PUC, ou em qualquer
instituição católica, sem que se cobre a Profissão da Fé, o juramento, e
total fidelidade ao Magistério da Igreja! Ou melhor, não deveria poder!
As universidades foram criadas, sim,
para o amplo diálogo. Ótimo! Convide professores não-católicos para o
diálogo. Ou coloque-os para dar aula de algo que não seja teologia
católica. No momento que essas pessoas são colocadas em uma universidade
católica, se apresentando como católicos, supostamente ensinando
teologia católica, é natural que os alunos acreditem que o que sai de
suas bocas é sã doutrina, matéria válida e aprovada pela Igreja.
O juramento previsto nesses documentos
magisteriais não deveria criar nenhum inconveniente ao católico. A
Profissão de Fé é o Credo Niceno. O juramento é uma declaração de
fidelidade total ao Magistério e aos ensinamentos da Igreja.
Ensinamentos que vêm através do Sumo Pontífice ou de seus Bispos em
comunhão com o Magistério, sem a necessidade de declaração específica ou
ato de proclamação para tanto. Ou seja: o que a Igreja ensina como
válido através do Magistério ou Tradição! Um dos pontos importantes é o
trecho: “Firmemente aceito e creio também em todas e cada uma das
verdades que dizem respeito à doutrina em matéria de fé ou costumes,
propostas pela Igreja de modo definitivo”.
Qual seria a dificuldade de tantos
teólogos e professores em aceitar e professar sua fé dessa forma? Mesmo
os que estão ocupando cátedras como católicos e, em teoria, ensinando
doutrina católica?
O que incomoda os modernistas é jurar fidelidade à Igreja e à doutrina, incluindo dois pontos que eles não aceitam:
– a encíclica Humanae Vitae (Da Vida Humana), que ensina de forma linda e definitiva a verdade da fé sobre relações sexuais, casamento, contracepção etc.
– negar o marxismo como instrumento
interpretativo da fé e moral, logo, negar a Teologia da Libertação e sua
influência pastoral e doutrinal.
Isso, aparentemente, é demais para
tantos teólogos brasileiros. Eles preferem acreditar que a verdade está
com marxistas e colegas defensores da TL, e não com o Magistério. Não
acreditam mais na Igreja ou na salvação da alma, mas acreditam que é
moral se dizer católico e ensinar o que o Magistério declara como erro. O
relativismo é o magistério dessa gente, uma contradição em si mesma!
Eles querem uma igreja que eles possam moldar às suas ideologias, uma
igreja adaptável, e não a Igreja Católica, com suas verdades
inalteráveis como inalterável é Deus.

Virgem Maria 

Uma
das grandes distorções do período pós-conciliar é a afirmação de que o
CVII criou verdadeira e total independência das dioceses locais. Ou
mesmo autoridade total para proclamações de concílios ou conferências
episcopais locais, como o CELAM (Concílio Episcopal Latino-Americano) e
as famosas conferências de Puebla e Medellín. A verdade não dita
abertamente é que os marxistas usam esses encontros locais como um novo
magistério. Um magistério separado do Magistério. Algo a ser invocado
como fonte de autoridade para declarações e atos que afrontam o
verdadeiro Magistério, a Tradição, a autoridade Petrina e dos bispos em
comunhão com o sucessor de Pedro.
É a apoteose do cinismo em nome de uma ideologia.
Estudar e ensinar teologia no Brasil é
um trabalho talhado para um católico de verdade, já que apenas um
católico de verdade pode se dispor a sofrer pela Verdade, ser vítima de
ataques covardes, perder o emprego, ser acusado de fascista ou
fundamentalista. Essa é a vida católica: carregar sua cruz em respeito e
amor a Cristo e Sua Igreja. Até o fim!
De todos os teólogos católicos deve ser
exigida ortodoxia! O juramento previsto nos documentos magisteriais aqui
citados é o mínimo que se pede. Os infiltrados devem ser desmascarados e
forçados a largar suas posições em faculdades católicas! Além de
punidos com as justas penas previstas em Ad Tuendam Fidem.
Não há diálogo com quem ocupa uma
cátedra para pregar mentiras fantasiadas de doutrina católica! Que
procurem cursos seculares e anticatólicos! Emprego não vai faltar.
Grandes teólogos católicos fizeram mais
pela Igreja no anonimato do que os hereges em cursos católicos. Não
pensem mal do anonimato de alguns desses teólogos ou professores. Cada
um à sua maneira. Lembremos dos católicos de verdade que passam a vida
sofrendo dentro das mesmas instituições que deveriam protegê-los! Guarde
alguns segundos de suas orações para essas pessoas. Que Deus os abençoe
e proteja sempre! O catolicismo brasileiro deve muito a eles.
Porém, já é hora de formar uma nova
geração! Uma geração voltada para a Nova Evangelização. Uma
evangelização ortodoxa, um caso de amor com Cristo e Sua Igreja. E o
amor deve ser celebrado com orgulho e paixão! É hora do catolicismo
brasileiro sair das catacumbas! Mesmo honrando aqueles que lutaram
discretamente para mantê-lo, já é hora de sair e enfrentar de frente a
heresia e a falta de respeito ao sangue dos mártires.
É hora de colocar o estudo e a
contemplação em uso pela Igreja Militante. A de verdade! A ‘Igreja
Militante’ é simplesmente a Igreja na Terra, e não a Igreja politizada.
Chega de politizar a Igreja! Mais ortodoxia, menos politização!
Exija católicos em colégios e universidades católicas! Exija a profissão de fé e o juramento em sua nova forma prevista em Ad Tuendam Fidem! Exija a responsabilização dos hereges, sem direito a relativismo! Saiam das catacumbas, católicos!
É dura a luta, mas a Glória da fidelidade é eterna!
Em Cristo, entregue à proteção da Virgem Maria,
um Papista.


P.S. – este artigo é dedicado a
todos os professores que sofrem nas mãos do relativismo e das heresias
nas instituições que deveriam protegê-los, e não permitir a perseguição à
ortodoxia. A todos que continuam na luta apesar de tudo isso; e aos que
logo estarão em instituições tentando levar ortodoxia e a alegria do
Evangelho do Senhor a quem quiser ouvir. Que Deus os abençoe e Maria
Santíssima os proteja.
3 – Documentos do Magistério sobre a “Professio Fidei” (que inclui as versões definitivas da Profissão de Fé e do juramento):

http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_1998_professio-fidei_po.html








fonte: Senso Incomum

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