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Que sacrário mais esquisito!

A pomba era bonitinha? Até que era. Mas pelamor… será que não dá pra esses artistas sacros deixarem um pouco a vaidade de lado, o desejo de querer imprimir seu próprio estilo e fazer algo “diferente” (ou melhor, ESQUISITO), colocando seu talento de forma mais humilde a serviço da fé?
Um fiel entra na casa de Deus, qual a primeira coisa que ele procura? O dono da casa, Jesus. Tal presença precisa estar em local evidente, sem chance para equívocos. É demais para que um sacrário se pareça com um sacrário e não com…

…a caixa mágica do Mister M (1).

…o olho de Sauron (2).

…a taça Fifa (3).

…a caixa de correio dos Flintstones (4).

…um “troço” (5).




Depois de admirar tanta belezura, reparem o que o Catecismo diz sobre o sacrário:

“1379. […] por isso que o sacrário deve ser colocado num lugar particularmente digno da igreja; deve ser construído de tal modo que sublinhe e manifeste a verdade da presença real de Cristo no Santíssimo Sacramento.”
 
Como está dito, o sacrário deve, com sua estética, manifestar a presença real e divina de Cristo no Santíssimo Sacramento. Ora, o que poderia cumprir melhor essa função do que uma PANELA DE BARRO? É isso mesmo!


Todos os sacrários que apesentamos acima são ma-ra-vi-tos-cos, mas o prêmio Sacrário Mondrongo vai para… A “Panebicha Caipira”, da capela dos Jesuítas, no Centro Loyola de Fé e Cultura, em Goiânia. Contemplem:



Uma panela de barro fazendo as vezes de sacrário: genial! Como o Vaticano não teve essa ideia antes, colocando, sei lá, um escorredor de macarrão como sacrário (espaguete… Itália… sacaram?)? Por fim, a echarpe de seda dá um toque de sofisticação discreta, um ar de “mona da roça” todo especial. Parabéns!


Na Bíblia, apenas para guardar as pedras da Lei, Deus encomendou a Moisés uma arca  ricamente adornada.
O que vocês acham que Deus Pai pensa ao ver os homens depositando o Sacratíssimo Corpo de Seu Filho em recipientes tão prosaicos?


E nem venham com papo furado de manjedoura. Deus Pai, e em Sua infinita sabedoria, achou bom fazer nascer o Menino Jesus em um abrigo de animais. Mas você, tendo uma casa, se Santa Maria e São José batessem em sua porta, você teria mesmo a cara de pau de hospedá-los no quintal, junto com os cachorros? Ou lhes daria ou melhor quarto da casa?


Por falar em pobreza, vejamos o que dizia São Francisco de Assis:


“Consideremos todos nós clérigos o grande pecado e ignorância que alguns manifestam  com relação ao santíssimo corpo e sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo e  seu santíssimo nome. (…) Onde quer que o santíssimo corpo e sangue de  Nosso Senhor Jesus Cristo for conservado de modo inconveniente ou  simplesmente deixado em alguma parte, que o tirem dali para colocá-lo e encerrá-lo num lugar ricamente adornado.”
- Carta a todos os clérigos
“E se em alguma parte o corpo do Senhor estiver sendo conservado muito pobremente, reponham-no em lugar ricamente adornado e ali o guardem cuidadosamente encerrado segundo as determinações da  Igreja, levem-no sempre com grande respeito e ministrem-no com muita  discrição.”
- Carta I – A todos os custódios
Toda religião conhece o poder dos símbolos, mas nas últimas décadas os líderes da Igreja Católica parecem que querem dar um tiro no pé. Estão empobrecendo o simbolismo místico católico de forma assombrosa, e isso atinge de forma drástica a evangelização. Constroem igrejas que parecem prédios comerciais, esvaziam e vulgarizam a liturgia e  relativizam a importância do hábito eclesiástico (tirando a visibilidade do sacerdote no mundo).


Quem quiser aprofundar esse tema, recomendamos os artigos:
A força dos símbolos“, do site da Arquidiocese de São Paulo (clicar em “Editorial”);
O esvaziamento da Igreja Católica“, do blog do André Brandalise.


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