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Guilherme, você poderia “falar mais” sobre o “tradiromantismo”?


Por Guilherme Chenta, guilhermechenta.com

Neuschwanstn Castle
Palácio de Neuschwanstein, inspirador do castelo-símbolo dos estúdios do Walt Disney 
.
Por que “falar mais” sobre o tradiromantismo?

Antes de eu anunciar recesso neste blog
– recesso que ainda está valendo –, alguns leitores haviam solicitado
que eu “falasse mais” sobre o “tradiromantismo”, termo que utilizei, em
minha resposta ao Mauro – “O Instituto do Bom Pastor e o Concílio Vaticano II”
–, ao designar a ideologia que caracteriza a Montfort sob a liderança
do Sr. Alberto Zucchi ou, sinteticamente, Montfort-Zucchi.

Devo confessar que, apesar desses pedidos, não me animei a tratar, nova e especificamente, desse tema aqui no blog, embora ele seja, em si mesmo, relevante; e isso, porque, após a morte de nosso caro Prof. Orlando, a importância do site Montfort,
em termos de influência intelectual, diminuiu bastante – despencou –,
acompanhando uma transformação do grupo – que teve sua dimensão de
estudos e de polêmicas sadias sufocada – em uma engrenagem logística de
apoio ao IBP, cujo movimento é azeitado pela ideologia tradiromântica.

Com efeito, o montfortiano médio – tendo
como fonte exclusiva, ou quase exclusiva, de suas informações sobre a
realidade eclesiástica de nossos dias as aulas a que assiste na
Montfort-Zucchi – acredita fazer parte de um seletíssimo grupo que,
apoiando o Instituto do Bom Pastor, criado em 2006, por Bento XVI, com a missão, toda particular, de ajudar a Santa Sé na correção dos erros doutrinários do danoso Concílio Vaticano II (1962 – 1965), participa
da restauração da Igreja; e isso contra todos os inimigos, à direita e à
esquerda, que visariam a frustrar a ação restauracionista anti-Vaticano
II do Papa emérito, ação essa que parece ser continuada por Francisco, o
qual, em sua visita ao Brasil, em 2013, segundo as piruetas
interpretativas do Sr. Alberto, teria acabado por condenar o
ecumenismo religioso, o protestantismo, o carismatismo, o materialismo,
o marxismo, a Teologia da Libertação e, em uma espécie de retorno da
Igreja ao século XIX, até o Estado laico
.

(Felizmente, o site Montfort – que, há
tempos, vem sendo atualizado muito de vez em quando – têm servido cada
vez menos de picadeiro aos shows acrobáticos de hermenêutica
tradiromântica, já que seus “artistas”, especialmente o Sr. Alberto, têm
se apresentado principalmente a públicos mais restritos, em aulas aqui e
acolá, em conversas, em discursos, em almoços e em jantares, o que não
deixa de ser uma estratégia astuta, uma estratégia de gente viva, muito
viva, sempre viva, porque, dessa forma, a possibilidade de alguém
gritar, no meio da multidão da internet, que o “rei está nu” se reduz
bastante).

Além disso – e tendo, no momento, de me
aplicar muito especialmente a outros estudos –, de fato, hesitei se
deveria dedicar parte de meu já escasso tempo, para tratar, mais uma
vez, e em público, de uma questão que atinge principalmente aos
“católicos anônimos” que frequentam, ou que frequentaram, a Rua Gaspar
Fernandes, 650, nos sábados e nos domingos à noite, aqui em São Paulo;
“católicos anônimos” como eu; “católicos anônimos” dos quais parte, em vez de estudar ou, ao menos, de se calar, prefere repetir o que ouve do “chefe”; e “católicos anônimos” dos quais outra parte,
que leu e que entendeu, prefere conservar – o que é compreensível – sua
posição no grupo por causa de aspectos mais práticos, como o de não
perder a possibilidade de convívio em um ambiente católico.

Nesse sentido, qual seria a razão de
voltar a esse assunto, que, embora importante, afeta apenas a “católicos
anônimos” como eu; a “católicos anônimos” que não se dão ao trabalho
de, pelo menos, estudar o que seria o “tradiromantismo”; e a “católicos
anônimos” que preferem não se manifestar, para não terem de ouvir,
contra eles mesmos, uma reedição do lamentável e tirânico discurso do
Sr. Alberto no Jantar de Natal 2013 ou, também, para não serem objeto de aulas e de reuniões – algumas, restritas; outras, secretas
– de difamação? Nesse contexto, qual seria a razão de voltar a esse
assunto, o qual, embora importante, tem relevância, hoje, na vida de tão
poucos “católicos anônimos”?

A razão de eu me animar agora a explicar
mais bem o que seria o “tradiromantismo” se deve ao fato de que ele,
finalmente, decidiu reagir – em público, corajosamente, e não mais por meio de difamação no mundo off-line –
aos questionamentos feitos contra ele. Essa reação parte da sanhuda
pena do católico anônimo Eder Moreira da Silva, do grupo “Defesa
Católica”, que é uma espécie de filial da Montfort-Zucchi em Campo
Grande, Mato Grosso do Sul, cujo balanço é auditado em São Paulo.

Como vou responder à análise tradiromântica que ele fez do Bom Pastor – em sua recente carta intitulada “Afinal, o IBP tem ou não tem o direito de criticar o Vaticano II?”, carta na qual ele pretendeu refutar o que sustentei, há cerca de um mês, em meu blog, sobre esse instituto –,
pareceu-me conveniente explicar mais bem o contexto dessa discussão
sobre os direitos do Bom Pastor em relação ao concílio, por meio de um
esclarecimento mais amplo a respeito do que venho chamando de
tradiromatismo, ideologia com a qual travei contato na Montfort-Zucchi e
cuja não aceitação de minha parte desencadeou meu processo kafkiano de expulsão.

Explicando mais bem o “tradiromantismo”

Três respostas ao Concílio Vaticano II (1962 – 1965)

Entre 1962 e 1965, aconteceu um evento
importantíssimo na história da Igreja Católica. Esse evento foi o
Concílio Vaticano II, por meio do qual, conforme seu discurso de
abertura, pronunciado pelo Papa João XXIII, se procurou adaptar – aggiornar
a Igreja ao mundo contemporâneo, sem, no entanto, que fosse alterado o
patrimônio doutrinário dela; ocorreu, porém, que esse processo de
adaptação, como desejado pelos Papas do Concílio e do Pós-Concílio, não
logrou obter o consenso dos agentes históricos responsáveis por
executá-lo, de modo que surgiram, após o término do Vaticano II, três
principais respostas à renovação conciliar:
  1. A dos tradicionalistas, os quais, resistentes às inovações
    conciliares, sustentam a tese de que o Vaticano II rompeu com a Tradição
    da Igreja, isto é, com aquilo que sempre havia sido ensinado por ela.
  2. A dos progressistas, os quais encararam o Vaticano II como uma
    espécie de “assembleia constituinte” de uma nova Igreja e que têm a
    intenção declarada de romper com sua Tradição doutrinária.
  3. E, entre a dos tradicionalistas e a dos progressistas, a dos reformistas, que é a mesma da dos Papas do Concílio e do pós-Concílio;
    os reformistas afirmam que o Concílio realizou, não uma ruptura da
    Igreja com a Tradição, mas uma reforma, uma atualização meramente
    histórica de seus ensinamentos, de modo a poder se adaptar à realidade hodierna do mundo contemporâneo, oriundo da “Era das Revoluções”.
Essas três reações ao Concílio originaram acalorados debates intra-católicos,
os quais estão ainda em curso, especialmente no contexto da crise da
Igreja em nossos dias. Os tradicionalistas, em reação ao Vaticano II,
defendem a tese de que a Igreja precisa corrigir os desvios doutrinários
que cometeu no concílio e no pós-concílio, de modo a debelar sua crise;
os progressistas, por outro lado, sustentam que a Igreja deve avançar,
para além do Vaticano II, em sua aproximação do mundo atual, para
continuar sendo uma entidade relevante para a humanidade; e os
reformistas preconizam que uma fidelidade à renovação conciliar, em uma
adaptação histórica ao mundo contemporâneo, é o que precisa ser feito,
de modo que a Igreja possa continuar cumprindo sua missão com eficácia.

Nesse debate, embora majoritários, a
posição teórica dos católicos progressistas é a mais fraca. O motivo
disso reside no fato de que não faz o menor sentido a Igreja almejar se
apresentar como uma instituição divina digna de
crédito, se ela não se preocupar com sua Tradição, que, em última
análise, remonta a Cristo; rompendo com sua Tradição bimilenar, a Igreja
necessariamente romperia com Cristo, seu fundador.

Por isso, as discussões filosóficas e
teológicas intra-católicas mais relevantes do século XX e, agora, XXI se
deram e estão se dando entre aqueles que – se é lícito resumi-lo desta
forma – “se preocupam” com a “Tradição”, a saber, os tradicionalistas e
os reformistas, embora eles tenham diferentes conceitos dela e esse
debate não se dê em iguais bases em termos de hierarquia; com efeito,  a
“reforma na continuidade”
tem sido a posição oficial da Igreja, desde o término do Vaticano II, e
os tradicionalistas, cujo maior e mais influente grupo é a Fraternidade Sacerdotal São Pio X, ainda não gozam de um locus
declarado na oficialidade eclesiástica, justamente por não aceitarem o
Vaticano II como parte integrante da Tradição da Igreja, conforme
exigido por Bento XVI a Dom Fellay, em junho de 2012.

Menciono, para ilustrar mais este ponto e
para encerrá-lo, que, embora aleguem haver trechos ambíguos no texto do
Vaticano II, passíveis de uma boa interpretação, os tradicionalistas
normalmente acreditam haver, nele, 04 pontos de flagrante ruptura
doutrinária com a Tradição, isto é, pontos nos quais uma interpretação à
luz da Tradição não é suficiente, para resolver os problemas de sentido
do texto. Esses pontos são os seguintes:
  1. O trecho que trata da “liberdade religiosa”, como expressa na Declaração Dignitatis Humanae nº 2.
  2. O trecho que trata da doutrina sobre a Igreja, como expressa na Lumen Gentium nº 8.
  3. Os trechos que tratam do conceito de ecumenismo, como expresso na Lumen Gentium nº 8 e no decreto Unitatis redintegratio nº 3.
  4. Os trechos que tratam do tema da colegialidade, como expresso na Lumen Gentium nº 22 e na Nota Praevia nº 3.
A mudança da doutrina nesses 04 pontos teria alterado fundamentalmente:
  1. A maneira como a Igreja se relacionaria com o Estado Moderno, o qual, laico, não teria mais uma religião oficial.
  2. A maneira como a Igreja se colocaria como a única igreja fundada por Cristo.
  3. A maneira como a Igreja se colocaria como locus exclusivo de salvação.
  4. A maneira como a Igreja se colocaria em relação ao primado papal no
    que diz respeito à Igreja como uma sociedade, divina e humana,
    monárquica cuja única fonte de jurisdição seria o Papa e não, em
    conjunto, o colégio dos Bispos.
O debate intra-eclesiástico entre aqueles que se preocupam com a Tradição
O debate teórico a respeito do Vaticano
II entre aqueles que se preocupam com a Tradição da Igreja se deu
basicamente em dois planos, de natureza filosófico-teológica:
  1. O primeiro plano discussão é o dos próprios textos do Vaticano II,
    plano em que os tradicionalistas argumentam que textos do Vaticano II
    rompem de maneira fundamental com a Tradição – ou Magistério precedente
    –, ao passo que os reformistas vão no sentido contrário, que é o de
    defender a não contradição fundamental entre os ensinamentos conciliares
    e o Magistério anterior sobre o mesmo tema. Como bom exemplo de debate
    travado nesse plano de discussão, há as Dubia sobre a liberdade religiosa que Dom Lefebvre enviou a Santa Sé, em 1985, e a resposta a essas mesmas Dubia, formulada por teólogos do Vaticano, que afirmaram, evidentemente, a continuidade da doutrina.
  2. O segundo plano é o que trata, de maneira teórica, sobre a
    possibilidade de erro – ou de ruptura com a Tradição – no Magistério
    Conciliar e Pós-conciliar.
    Nesse segundo plano, os
    tradicionalistas esforçam-se por provar que pode haver erro no
    Magistério e, em especial, no magistério conciliar, ao passo que os
    reformistas recusam essa tese. Como bom exemplo de trabalhos de
    tradicionalistas que visam a provar essa possibilidade de erro, há o ensaio do Padre Daniel Pinheiro, do IBP e, em linha argumentativa diferente, visto que não considera o magistério conciliar e o pós-conciliar como verdadeiro magistério, a tese do Padre Álvaro Calderón, da FSSPX, desenvolvida no livro A Candeia debaixo do Alqueire e repetida, de certa forma, pelo Padre Michel Gleize, também da FSSPX; em sentido contrário, do lado reformista, há, por exemplo, a orientação pastoral de Dom Fernando Arêas Rifan,
    segundo a qual o Magistério não pode errar, visto que goza de
    assistência divina contra o erro; segundo essa orientação, “não pode
    cair no erro todo o Episcopado da Igreja junto com o Papa”, o que seria o
    caso do Concílio Vaticano II.
Da combinação das posições teóricas
possíveis nesses dois planos de discussão emergem três posições-síntese,
a saber, o reformismo, o tradicionalismo e o sedevacantismo:
  1. Os que julgam que não há ruptura nos textos do Concílio (primeiro
    plano) e que é impossível um Concílio em comunhão com o Papa errar
    (segundo plano) são os chamados reformistas ou conservadores ou
    hermeneutas da reforma na continuidade.
  2. Os que julgam que há ruptura nos textos do Concílio (primeiro plano)
    e que é possível um Concílio em comunhão com o Papa errar (segundo
    plano) são os tradicionalistas.
  3. Os que julgam que há ruptura nos textos do Concílio (primeiro plano)
    e que é impossível um Concílio em comunhão com o Papa errar (segundo
    plano) são os chamados sedevacantistas.
Além desses dois planos de discussão entre os católicos que se preocupam com a “Tradição”, há, por fim e ainda, um
terceiro, o qual diz respeito à análise dos fatos relacionados aos
desdobramentos da história e da política eclesiástica hodierna
.
Nesse plano, os tradicionalistas procuram – está no interesse deles –
demonstrar que os pontífices do momento se inclinam em relação a eles
ou, mais até, que eles estão a seu favor, ao passo que os reformistas
procuram – está no interesse deles – deixar claro que não há concessão
em relação a não aceitação do Concílio Vaticano II como parte integrante
da Tradição. Esse tipo de discussão ganhou bastante destaque durante o
pontificado de Bento XVI (2005 – 2013), pontífice que erigiu o Instituto do Bom Pastor (2006), promulgou o Motu Proprio Summorum Pontificum (2007), levantou as excomunhões dos 04 bispos da FSSPX (2009) e promoveu um debate teológico oficial entre membros da FSSPX e representantes da Santa Sé (2009 – 2011).

Considerando esse terceiro plano de discussão – que é histórico
e não filosófico-teológico –, e baseado em minha experiência recente na
Montfort-Zucchi, acredito ter surgido uma nova posição-síntese no
quadro geral das possíveis reações de católicos ao Concílio Vaticano II,
a saber, a posição tradiromântica. Nesse sentido, haveria os tradicionalistas realistas e os tradicionalistas românticos:
  1. Segundo os tradicionalistas realistas, a oposição fundamental ao
    Vaticano II – isto é, dizer que ele está em ruptura com a Tradição e que
    o problema doutrinário do Concílio não reside em uma mera questão de
    interpretação – não é uma posição acolhida pela Santa Sé, diagnóstico
    compartilhado pelos reformistas e pelos sedevacantistas.
  2. Segundo os tradiromânticos, essa oposição fundamental ao Concílio
    seria sim acolhida, sendo até desejada, se não promovida pela Santa Sé,
    embora não explicitamente, para não causar uma reação descomedida e
    prejudicial por parte dos progressistas; segundo eles, a Santa Sé
    estaria fomentando um movimento restauracionista anti-Vaticano II.
Obviamente, o termo “tradicionalismo
romântico”, ou tradiromantismo, tem um tom pejorativo, mas ele é
adequado, para expressar essa nova posição, que surge no contexto dos
debates entre os católicos que se preocupam com a “Tradição”: a crença
onírica, sonhadora – isto é, sem base na realidade dos recentes
desenvolvimentos da política/história eclesiástica – de que considerar o
Vaticano II como estando em ruptura com a Tradição da Igreja é uma
posição teórica oficialmente aceita ou, até mesmo, promovida por essa
mesma Igreja, a partir do pontificado do hoje Papa emérito, Bento XVI.

Conclusão – A importância da discussão sobre o IBP no contexto tradiromântico da Montfort-Zucchi

É neste sentido que a discussão sobre os
direitos do IBP em relação ao Vaticano II surge com toda a força. Os
tradiromânticos precisam acreditar – contra toda prova, sem base na
realidade – que o Bom Pastor, erigido por Bento XVI, tem a missão de
ajudar na correção dos erros do perverso Vaticano II. Dessa forma,
segundo eles, no fato-IBP, poderia ser constatado objetivamente um
verdadeiro marco no movimento de retorno da Igreja à Tradição, no
movimento da Igreja em direção a sua restauração, movimento esse
compreendido por pouquíssimos católicos, como alguns membros da
Montfort-Zucchi, que, sob a liderança “visionária” do Sr. Alberto,
colaborariam com ele, rumo a uma “vitória” iminente.

É exatamente nesse contexto que
os tradiromânticos da Montfort-Zucchi e até alguns membros do
IBP-Montfort-Zucchi estão procurando me difamar em sua rede de
influência, pois eu não acredito que Bento XVI tenha concedido a esse
instituto o direito de recusar o Vaticano II pelo motivo de ele estar em
ruptura com a Tradição, pelo motivo de ele conter erros doutrinários,
em posição idêntica, nesse ponto, a de Mons. Marcel Lefebvre.

É exatamente nesse contexto que o
tradiromântico Eder está esbravejando no “Defesa Católica”, não só
contra minha análise sobre a relação oficial do Bom Pastor com o
Vaticano II, o que está no direito dele, mas também, sem respeito,
contra minha pessoa.

É, portanto, exatamente nesse contexto,
por fim, que vou responder à defesa caótica feita por ele do IBP
tradiromântico, do IBP mítico, do IBP que teria a missão, dada por Bento XVI, de ajudá-lo na correção dos erros doutrinários do danoso Vaticano II.

O “tradiromantismo” é, por motivos
óbvios, um tema de suma importância na vida de alguns católicos anônimos
que participam de grupos minoritários que adotam uma orientação
anti-conciliar; aceitar ou recusar o “tradiromantismo” marca a
diferença entre estar e não estar alienado em relação à realidade da
Igreja em nossos dias; entre não estar e estar ciente do fato de se
participar de um grupo de resistência, e não de cooperação
especialíssima com a Santa Sé, em sua suposta ação anti-Vaticano II.


*****

Muito obrigado, Eder, por abrir as
cortinas do picadeiro, como polemista-laranja. Depois da muito bem
sucedida operação “abafa”, articulada pelo Sr. Alberto, quando tentei,
desde 2011, empreender essas discussões, interna e lealmente, no grupo,
você me concede agora oportunidade, para eu tentar esclarecer a amigos
que continuam recebendo doses cavalares de tradiromantismo na
Montfort-Zucchi, especialmente nas aulas de “notícias católicas”. A
plateia, aqui na internet, agora é grande, e nós vamos gritar: “o rei
está nu!”.

Que comece o “espetáculo”, com o número
do homem que virou suco, enquanto aguardamos uma eventual – e improvável
– apresentação do vivo, muito vivo, sempre vivo Sr. Cutrale!


Guilherme Chenta*
São Paulo, 01 de julho de 2014


 (*) o autor, nascido em 1985, foi participante de grupos como o Montfort.



fonte:

Guilherme, você poderia “falar mais” sobre o “tradiromantismo”? at guilhermechenta.com

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