Pular para o conteúdo principal

Jovens na universidade

D. Walmor Oliveira de Azevedo 

 
BELO HORIZONTE, sexta-feira, 2 de setembro de 2011 (ZENIT.org) –
 Os jovens na universidade, bem como em outras instituições e realidades, configuram um tema de alta relevância para governos, instituições outras, famílias e Igreja Católica. Essa importância se consolida ao se considerar os números, em que pese o desafio de milhares e milhares de outros jovens que estão fora deste lugar, direito seu, particularmente aqueles em situação de risco social e humanitário.

O censo de educação superior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) - Ministério da Educação (MEC), de 2009, contabilizou um número de quase seis milhões de jovens que frequentam a graduação nas instituições de ensino superior no Brasil. Neste número estão os 522.462 graduandos em Minas Gerais. A educação católica cuida de 65.167 dos 246.722 estudantes nas várias instituições de ensino superior católicas de norte a sul, leste a oeste do País. Um serviço educativo e formativo capitaneado pela Associação Nacional de Educação Católica (ANEC), com competência, seriedade e fidelidade a princípios éticos e de sustentabilidade. Um passo novo e ainda recente, mas sólido e consistente como fruto de amadurecidos e bem trabalhados projetos e ações nesta história da Igreja Católica.

Na verdade, a história da educação católica configura a da educação nas civilizações, merecendo particular relevo, por nos dizer respeito diretamente, na história da civilização no mundo ocidental. A PUC Minas tem aí uma grande responsabilidade educativa. Esta educação católica está presente, igualmente de maneira significativa, em número e serviços formativos, pelo Brasil afora.

No horizonte desta responsabilidade educativa integral põe-se o desafio da evangelização da juventude. Não se cumpre apenas uma tarefa de formação técnica e profissional, ressaltada a sua importância e o comprometimento com sua alta qualidade, para o bem destes mesmos jovens e visando o futuro da sociedade brasileira. A identidade católica é uma marca incontestavelmente importante e indispensável, em se tratando de valores e princípios, da fonte inesgotável do Evangelho de Jesus Cristo, a serem aprendidos e vividos, oportunizando a edificação da cultura da paz e o sonho de avançar nas conquistas próprias da civilização do amor.

A identidade e missão católicas marcam um diferencial que agrega possibilidades de respostas no entendimento e transformações urgentes na complexidade da realidade contemporânea, particularmente no que se refere aos jovens e suas demandas formativas. Esta é também uma missão nas instituições de ensino estatais e privadas, respeitadas as dinâmicas e limites próprios, considerando-se a laicidade das instituições governamentais e privadas. É direito e dever cuidar da fé cristã e católica na vida destes jovens que, ao entrar nestas instituições, já estão marcados com o selo de opção religiosa e confessional - um direito a ser respeitado e um patrimônio a ser cultivado por configurar, determinantemente, a identidade pessoal, familiar e cidadã. Esta tarefa está emoldurada e iluminada pela renovação, de maneira eficaz e realista, da opção preferencial pelos jovens na Igreja, em estreita união com suas famílias. É essencial a tarefa de propor aos jovens o encontro com Jesus Cristo e seu seguimento na Igreja, garantindo-lhes a realização plena da dignidade de ser humano. Também a formação da personalidade e uma formação gradual, à luz da fé e dos valores cidadãos, para ação social e política e mudança de estruturas.

O Documento 85, Evangelização da Juventude, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (2007), é norteador na compreensão dessa missão que já está dando frutos e abrindo perspectivas promissoras no trabalho com as juventudes do Brasil.

2013, ano da Jornada Mundial da Juventude no Brasil - já em estado missionário de preparação, será enriquecido com a Campanha da Fraternidade, tratando este tema nas dioceses e paróquias do País. Como momento importante, que precede a Jornada Mundial no Brasil, em Belo Horizonte, se realizará o II Congresso Mundial de Universidades e Universitários Cristãos Católicos, como aconteceu, neste ano, em Ávila, Espanha, antes do admirável evento da Jornada Mundial de Madri, consolidando a convicção de que a Universidade Católica é fortíssimo instrumento evangelizador e na formação da cultura da paz. Basta pensar a importância de formar profissionais e formadores de opinião, no presente e para o futuro, marcados com os valores cristãos.

A Arquidiocese de Belo Horizonte, por meio da PUC Minas, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e a Comissão Episcopal Pastoral para a Cultura e Educação - setor Universidades assumem, com alegria missionária, a realização deste evento para garantir avanços na tarefa de qualificar a formação e a evangelização dos jovens na universidade.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo é arcebispo de Belo Horizonte


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Um olhar por trás da controvérsia da Eucaristia da JMJ Lisboa

  por Filipe d'Avillez 11 de agosto de 2023 . 14h08     Enquanto a Jornada Mundial da Juventude de Lisboa termina, o debate persiste sobre algumas decisões litúrgicas tomadas durante o festival de uma semana realizado para peregrinos católicos de todo o mundo.  O Papa Francisco disse que Lisboa foi a Jornada Mundial da Juventude mais bem organizada que ele já viu como papa, mas alguns católicos estão criticando, com polêmica nas redes sociais sobre o tratamento da Eucaristia em Lisboa.  A Eucaristia reservada em uma tenda na Jornada Mundial da Juventude, na forma prescrita pela Fundação Jornada Mundial da Juventude. Crédito: MN. Havia dois pontos principais de discórdia. Uma delas tem a ver com a cibória usada numa missa ligada à Jornada Mundi

Porque chamamos as pessoas de "senhor" ou "senhora"?

Rodrigo Lavôr No Rio, quando você chama alguém de "senhor" ou "senhora" é comum que as pessoas te respondam: "deixa de ser formal. O Senhor ou a Senhora estão no Céu!". Trate-me de "você"! Bem, não deixa de ser bonito, dado que "você" é abreviação de "vossa mercê". Porém, por desconhecimento da raiz latina da palavra "senhor", perdemos muitas vezes a oportunidade de receber um grande elogio. "Senhor" vem de "dominus, i", o que significa: senhor, dono. Antigamente, se dizia "senhor" e "senhora" a toda pessoa a qual se desejava dizer: "você é dono (a) de si mesmo (a)", ou seja, você é uma pessoa madura, que tem "self mastery" ou uma pessoa muito virtuosa porque tem areté (= virtude, no grego). Sendo assim, não percamos a oportunidade de deixar que nos chamem "senhores de nós mesmos" quando acharmos que as coisas, de fato, são assim. Não tem nada a

25 de março - fundação da primeira Congregação Mariana no mundo.

25 de março - solenidade da Anunciação do Senhor (Nossa Senhora da Anunciação) fundação da primeira Congregação Mariana no mundo Roma, 1563. "Roma e o Colégio Romano estavam fadados para o berço da primeira Congregação própriamente Mariana, cuja fundação Deus reservara a um jesuíta belga: o pe. Leunis. Em 1563 reunia este Padre, no princípio semanalmente, depois cada dia, aos pés de Nossa Senhora, os seus discípulos e muitos que não o eram, orando todos à Ssma. Virgem, e ouvindo a seguir uma breve leitura espiritual. Nos Domingos e Festas cantavam-se ainda as Vésperas solenes. Um ano depois, em 1564 eram já setenta os congregados e davam-se as primeiras Regras, cujo teor em resumo era: Fim primário: progresso na sólida piedade e no cumprimento dos próprios deveres, sob a proteção e com a ajuda da Virgem Ssma. Meios: confissão semanal, ouvir Missa cada dia, rezar o Rosário, e fazer outras orações do Manual. Nos dias de aula, depois desta, um quarto de hora de meditação, e ou