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A Importância de se vestir com dignidade


26 de fevereiro de 2010 
por Robert Colquhoun 

Há uma diferença entre vestir de forma atraente e se vestir para atrair. Em seu livro fascinante, Colleen Hammond descreve como é viver a vida "se vestindo com dignidade." Ela descreve por que isso é tão importante para manter o padrão moral da sociedade e como pode ser danosa culturalmente a investida moderna de roupas indecentes.

Os anunciantes entendem algumas verdades simples da psicologia masculina. A lei de fechamento diz que os seres humanos tendem a completar um espaço através do preenchimento do contorno, ignorando as lacunas na figura. A lei da continuação demonstra como os seres humanos tendem a continuar contornos sempre que os elementos de um padrão estabelecem uma direção implícita. A Psicologia da Gestalt descreve a capacidade da mente humana de “formar formas”. Todas essas idéias ressaltam o fato de que quando as mulheres usam roupas sugestivas, os homens vão terminar a imagem com sua imaginação. Homens são estimulados visualmente, enquanto as mulheres, de forma geral, confiam mais na comunicação verbal e nos seus sentimentos. Muitas mulheres não conseguem perceber a influência que sua atitude de vestir roupas sexualmente sugestivas tem sobre os outros.

A modéstia está intimamente relacionada ao mistério. Alice von Hildebrand disse que "Vestir-se modestamente é a resposta adequada que as mulheres devem dar ao seu 'mistério'." Quando pouco é deixado para a imaginação, o mistério desaparece porque tudo é mostrado. As coisas são cobertas ou veladas quando possuem uma grande importância. A modéstia ajuda a proteger a pureza e a virtude resplandecente da castidade, preservando o mistério. Muitos acreditam que a modéstia no vestir é muito mais atraente, digna e elegante. São Bernardo de Claraval, disse, "Como é bela, então, a modéstia, e que jóia entre as virtudes ela é." Em uma recente audição, Cheryl Cole repudiou um grupo pop por usar roupas muito sugestivas, considerando-as de mau gosto.

A vestimenta modesta ajuda a manter a sociedade saudável. Confúcio sabia que as mulheres eram a raiz moral da sociedade, e que a cultura só iria crescer na proporção da força moral de suas mulheres. As culturas entram em colapso se as mulheres – a fibra moral da sociedade – não colocam em prática a modéstia. As tendências imodestas que chegaram no século XX não tinham precedentes históricos. Designers de moda foram desenvolvendo vestidos que mostravam gradualmente mais e mais. Quando o biquíni foi introduzido pela primeira vez, nenhum dos modelos em Paris o usaria nas passarelas. O designer teve que contratar uma dançarina do Casino de Paris. Ela não teve nenhum problema em descer a passarela neste traje de banho!

O Papa João Paulo lidou com a modéstia através de uma análise da vergonha humana, em seu livro "Amor e Responsabilidade". A vergonha tenta esconder as coisas boas e más, porque algumas coisas são melhores quando não estão aos olhos do público. Um dos sentimentos mais poderosos da vergonha é a vergonha sexual.

Segundo João Paulo, nós temos "vergonha sexual em relação àquilo que poderia ser ‘um objeto potencial de uso’ para pessoas de outro sexo" (p. 176). Temos a tendência de cobrir os valores sexuais relacionados com certas partes do corpo, não porque são más, mas porque eles podem ofuscar o bem maior da pessoa. Esta é "uma forma natural de auto-defesa para a pessoa."

Eu não estou defendendo o uso da burca, mas a modéstia no vestir ajuda a proteger o relacionamento entre os sexos e, assim, cria a possibilidade para o desenvolvimento do autêntico amor entre as pessoas. A modéstia ajuda a manter a mulher longe de ser tratada como um objeto de prazer sexual. É por isso que nós queremos nos vestir modestamente, quando estamos com os membros do sexo oposto com quem nós não somos casados. Fora do contexto do amor conjugal, temos de ter cuidado com o “mostrar” valores sexuais, ou então nós podemos nos colocar na posição de “ser usado(a)” pelo sexo oposto.

João Paulo diz que a "modéstia sexual não é uma fuga do amor, mas, ao contrário, a abertura de um caminho para isso. A necessidade espontânea para ocultar valores sexuais ligados à pessoa é o caminho natural para a descoberta do valor da pessoa como tal. "(p. 179).

A modéstia procura inspirar amor – o amor verdadeiro para a pessoa, não apenas uma reação sexual para com o corpo de uma mulher. Uma cultura de mulheres imodestas cria um grupo de homens descomprometidos. Algumas mulheres estão dispostas a entregar-se a homens que elas nem conhecem.

Vestir-se com modéstia é fazer uma declaração sobre a dignidade das mulheres, abrindo a possibilidade para os relacionamentos amorosos. Vestir-se de modo provocativo incentiva os outros a usá-la para gratificação carnal. Nossos corpos não foram feitos simplesmente para serem objetos, em vez disso, devemos usá-los como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus (Rm 12,1).

Há uma grande autora chamada Wendy Shalit, que escreveu: "Um retorno à modéstia." Ela acredita que a modéstia é uma grande arma no rejuvenescimento da nossa cultura a fim de restaurar a mística feminina. A revolução sexual falhou porque ignorou a modéstia feminina e a diferença dos sexos, trazendo-nos o assédio, o estupro, distúrbios alimentares, relações casuais sem sentido, e o grande aumento do divórcio. A modéstia, para Shalit, é a prova de que a moralidade é “sexy” e que provavelmente acende o “Eros”.

A modéstia pode até ser uma prova de Deus, porque significa que “fomos feitos de tal forma que, quando nós seres humanos agimos como animais, sem qualquer restrição e sem quaisquer regras, simplesmente não temos tanto ‘divertimento’." Nós fomos criados com uma auto-consciência, uma vontade, razão e desejo de procurar e ansiar por algo mais profundo e maior: viver para a grandeza. Kierkegaard, um intelectual dinamarquês, disse que "o que distingue o amor da luxúria é o fato de que ele carrega uma marca da eternidade."

Uma idéia falsa é que a modéstia é para aquelas que são frígidas, puritanas ou hipócritas. Nada poderia estar mais longe da verdade. A modéstia é muito mais emocionante do que a promiscuidade, porque restaura a dignidade própria da feminilidade.
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Robert Colquhoun é o editor do livro recente: “Pure Heart Create for Me: theology of the body today. “Ele estudou História no King's College de Londres e tem um diploma em filosofia. Ele já trabalhou para os ministérios NET do Canadá, a Aliança Mundial da Juventude e para a Igreja Católica. Robert organizou palestras, seminários, aulas de catecismo e documentos por todo o Reino Unido sobre a verdade e o significado da sexualidade humana

Traduzido de: http://tob.catholicexchange.com/2010/02/26/1442/

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