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Observar o descanso sabático - ,Aelred de Rielvaux


Observar o descanso sabático

Aelred de Rielvaux*


A princípio, temos de fazer o esforço de praticar as boas obras, para seguidamente repousarmos na paz da nossa consciência. [...] É a celebração jubilosa de um primeiro descanso sabático, em que repousamos das obras servis do mundo [...] e deixamos de transportar o fardo das paixões.

Mas podemos deixar o quarto íntimo em que celebrámos este primeiro dia de descanso e dirigir-nos ao albergue do nosso coração, onde temos o hábito de nos alegrar com os que se alegram, de chorar com os que choram (cf. Rom 12, 15), e de nos perguntar: «quem é fraco, para que eu o seja também? Quem tropeça, para que eu me sinta queimar de dor?» (cf. 2Cor 11, 29). Aí, sentiremos a nossa alma unida à de todos os irmãos pelo cimento da caridade; aí, deixaremos de ser perturbados pelos aguilhões da inveja, de ser queimados pelo fogo da cólera, de ser feridos pelas flechas da desconfiança; estaremos libertos das dentadas devoradoras da tristeza. Se atrairmos todos os homens para o ambiente pacificado do nosso espírito, no qual todos são acolhidos, acalentados por uma doce afeição e em que já não somos com eles senão «um só coração e uma só alma» (Act 4, 32), nesse momento, ao saborear esta maravilhosa mansidão, o tumulto da cobiça imediatamente se silencia, a algazarra das paixões apazigua-se e, no interior, opera-se um desapego total de todas as coisas prejudiciais, um repouso alegre e sereno na doçura do amor fraterno. Na quietude deste segundo repouso sabático, a caridade fraterna já não deixa subsistir nenhum vício [...]. Impregnado pela mansidão tranquila deste repouso, David explodiu num canto de júbilo: «Vede como é bom e agradável que os irmãos vivam unidos!» [Sl 133 (132), 1].


(*) - 1110-1167, monge cisterciense
Le Miroir de la charité, III, 3,4 (a partir da trad. cf. Brésard, 2000 ans B, p. 80 e Bellefontaine 1992, p. 186)

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